A UFMG assinou dois convênios para pesquisas em parceria na área de Ciência Política com instituições de Portugal e Espanha. Com o Centro de Investigação Medios e Jornalismo (CIMJ), associado à Universidade Nova de Lisboa, será desenvolvido o projeto Representação da Corrupção Política nos Media. A Universidade Complutense de Madri, por sua vez, será parceira da UFMG em torno do projeto Comportamento Político e Instituições em Perspectiva Comparada: Brasil e Espanha. Os convênios, ambos com duração prevista de cinco anos, preveem intercâmbio de pesquisadores e estudantes, organização de seminários e produção de publicações, entre outras atividades. A coordenação dos projetos no âmbito da UFMG é da professora Helcimara Telles, do grupo de pesquisa Opinião Pública, Marketing Político e Comportamento Eleitoral, do Departamento de Ciência Política (DCP). As iniciativas têm financiamento da Fundação de Ciência e Tecnologia de Portugal e do Ministério da Educação e Ciência da Espanha, e apoio do CNPq. No caso do convênio com o CIMJ, o objetivo é analisar cobertura jornalística de redes sociais e publicações na web, e como essa cobertura afeta a conduta política dos indivíduos, retratada no voto e da relação com as instituições. “Queremos saber, por exemplo, se a ‘escandalização’ dos casos aumenta ou reduz a tolerância das pessoas à corrupção”, diz Helcimara, acrescentando que pesquisas realizadas na UFMG têm constatado que a corrupção não foi discutida nas redes sociais nas últimas eleições brasileiras e que as mulheres aceitam menos os desvios éticos porque sua visão é marcada pelo sentimento e pela moral. O convênio com a instituição espanhola prevê estudos em três linhas: comportamento eleitoral, representação política e dinâmica institucional. A ideia é analisar, entre outros aspectos, a atividade distrital de deputados e comportamento eleitoral em perspectiva comparada entre Brasil e Espanha, utilizando metodologias quantitativa e qualitativa. “O trabalho vai permitir a construção de indicadores relacionados à opinião pública e sistema partidário nos dois países”, diz a pesquisadora do DCP, que recém-cursou pós-doutorado na Universidade Complutense de Madri. O projeto dá continuidade a pesquisas já realizadas pela instituição espanhola, sobre o mesmo tema, envolvendo Chile, Peru e Bolívia.