Uma análise de sobrevida em pacientes com câncer de pulmão tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) concluiu que a medida mais importante para prevenir a doença é não fumar. De acordo com autor do estudo, Carlos Philipe Barbosa Polato, vinculado ao Grupo de Pesquisa em Economia da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG (GPES), o vício do cigarro está intimamente ligado ao surgimento do câncer de pulmão. “O consumo de tabaco é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento da doença”, afirma o pesquisador. No caso brasileiro, a estimativa é de que 80% a 90% da incidência de câncer de pulmão seja decorrente do fumo. “Isso é alarmante, pois, no Brasil, é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, e o quinto entre as mulheres”, salienta o pesquisador. Ele explica que, mesmo submetidos à cirurgia ou à rádio e quimioterapia, cerca de 80% dos doentes morrem em um prazo de cinco anos. Diagnóstico tardio Na opinião do pesquisador, a prevenção da doença passa por uma legislação mais rígida em relação ao comércio e consumo de tabaco, além da preparação e valorização dos profissionais nas unidades básicas com a criação de um plano de carreira que estimule a interiorização dos médicos em todo território nacional. “Combinando prevenção, diagnóstico e tratamento mais eficazes, é possível vencermos esta guerra que, por enquanto, estamos perdendo”, conclui Polato. (Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina)
Além do cigarro, outro fator que compete para que o câncer de pulmão cause tantas mortes é a dificuldade em identificá-lo precocemente. “Ainda não existem medidas eficazes pra o diagnóstico precoce em grandes populações, diferentemente do que acontece com câncer de mama, que pode ser detectado pela mamografia ou toque. Dessa forma, na maioria dos casos, o diagnóstico ocorre quando a doença já está em estágio avançado, e o tratamento acaba sendo paliativo”, diz o autor do estudo.