Universidade Federal de Minas Gerais

Isabella Lucas/UFMG
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Hissa: modelos convencionais constrangem novos modos de fazer

Cássio Hissa: "O cientista precisa da lentidão criativa para interpretar o mundo"

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013, às 5h58

Ao longo dos últimos 20 anos, o professor Cássio Eduardo Viana Hissa, do Programa de Pós-graduação em Geografia do IGC, reuniu, em notas e rascunhos, observações sobre os vários projetos acadêmicos que orientou e avaliou. Recentemente, ele decidiu organizar suas análises no livro Entrenotas – compreensão de pesquisas, publicado pela Editora UFMG.

A obra faz uma reflexão crítica sobre a forma de ler o mundo por meio das disciplinas científicas convencionais. “A universidade moderna tem se aproximado da imagem de uma indústria de títulos, de diplomas, assim como da produção, em série, de pequenos artigos que pouco ou nada acrescentam à crítica do mundo. Há brilhantes teses, mas também existem trabalhos mecânicos, que adquirem maior visibilidade por estarem afinados com o modelo hegemônico da produção científica”, analisa o professor, pesquisador do Centro de Estudos Sociais da América Latina, autor também de A mobilidade das fronteiras (2002) e organizador e autor de Saberes ambientais (2008) e Conversações: de artes e de ciências (2011), todos também sob a chancela da Editora UFMG.

Em entrevista ao Portal UFMG, Cássio Hissa argumenta que o exercício de se criarem novos modos de ver e pensar o mundo é minado pela competitividade e pela pressa em se produzir conhecimento. Liberdade criativa, imaginação, leitura e escrita permanente são, em sua concepção, elementos primordiais – incompatíveis, porém, com a escassez de tempo inerente ao mundo moderno, também cristalizada no ambiente universitário.

O senhor sugere que há uma tendência acentuada de submissão ao “imobilismo político e criativo” no meio acadêmico. Poderia explicar a causa desse fenômeno?
A desmobilização política e criativa decorre, em grande medida, da progressiva e potente inserção das práticas e das referências de mercado nas estruturas sociais do mundo moderno e, também, nas estruturas acadêmicas.

E como isso vem ocorrendo ao longo do tempo?
Ao longo da história recente, há um progressivo avanço, entre nós, de excessos de pragmatismo despolitizado e acrítico. Há um crescente elogio da competência referenciada pela competição. A desmobilização do pensamento — que é também desmobilização política — é parte integrante da história presente que também se caracteriza por um apelo desproporcional à técnica e ao exercício mecânico. Insidiosamente instalada nas universidades, certa espécie de linha de produção motiva a desmobilização do pensamento, o imobilismo político, a neutralização da criatividade.

O que o senhor projeta a partir dessas implicações?
Em uma caricatura: o mundo tende, progressivamente, a se transformar em uma plena e grande fábrica e em um extenso e diversificado mercado. Faríamos uma caricatura descabida ao afirmar que os sujeitos, preferencialmente, se deixam render ao trabalho mecânico e, particularmente, ao desmedido consumo? A universidade moderno-ocidental não é apenas uma extensão do mundo-fábrica. Ela é, ao seu modo, uma fábrica a serviço das referências hegemônicas e conservadoras do mundo. Entretanto, o mais importante é perceber que, paradoxalmente, da radicalização dos referidos processos de desmobilização se originam potentes territórios políticos de crítica e de criatividade. Eles devem ser fortalecidos, de modo a revigorar a própria ideia de universidade.

Uma das principais ideias defendidas em seu livro é a de que a pressa em produzir conhecimento contribui para a escassez de criatividade...
A pressa desalinha o pensamento, desarticula as ideias, é incompatível com os processos referentes à arte de compreender o mundo. A pressa atesta a nossa indisponibilidade para sentar, pensar, ler, escrever, conversar. Ela é própria do mundo moderno e, na academia, decorre das demandas da universidade-fábrica, que assim obstrui os processos que solicitam uma espécie de vagar. Como consequência, tem-se a relativa negação da criatividade, a repetição e a construção do lugar comum na universidade.

Há uma espécie de corrida de olhos vendados. Diante da pressa que produz cegueiras, o cientista deveria ser percebido — e se perceber — como um intérprete do mundo que, ao construir a sua leitura, necessita de certa lentidão criativa para o amadurecimento de ideias. Muitos se percebem assim e não estão alinhados com as práticas e com o pensamento hegemônicos, tendo já elaborado a noção de que a produção do conhecimento exige tanta criatividade quanto qualquer outro exercício de interpretação.

A leitura e escrita de qualidade acabam, então, minadas por causa dessa urgência...
É preciso sublinhar diferenças essenciais que, muitas vezes, são imperceptíveis, diante da situação experimentada nas universidades. Ter o hábito da leitura, da escrita, da pesquisa — e, consequentemente, da publicação — é muitíssimo distante da necessidade de publicar para atender a imposições e, diante disso, enfrentar a própria e esvaziada rotina de leitura e de escrita. São indispensáveis os incisivos intervalos de pausa para pensar, construir criativas rotinas de pesquisa, leitura e escrita.

O senhor vê a academia contemporânea orientada pela máxima do "publish or perish"?
A publicação deveria ser compreendida como um resultado subsequente aos processos criativos e não como um fim em si mesmo. Mas há uma exigência que se diz superior: é preciso publicar. Portanto, a inversão do processo é nociva às práticas científicas e à própria qualidade das publicações. Na academia, quem não publica está fadado ao fracasso e, até mesmo, à punição. Trata-se de uma das referências que definem o que se passa, hoje, nas universidades moderno-ocidentais, e não me refiro, portanto, apenas, ao caso brasileiro — ainda que possamos considerar que as nossas universidades radicalizaram tal orientação.

Como modificar esse quadro?
Essa possibilidade está, em meu modo de perceber a questão, na construção do espírito coletivo, do desejo do compartilhamento de ideias e de práticas a referenciar os processos criativos e na solvência progressiva do espírito competitivo articulado ao carreirismo, à pressa e, sobretudo, à concepção da competência fundamentada na competição, na velocidade e na produção em série. Diante disso, a orientação para a publicação que se diz vir, exclusivamente, de instâncias superiores — como CNPq e Capes —, e que encontra espaço para reprodução no ambiente acadêmico, tenderia a receber, com maior potência, a resistência crítica e criativa nas universidades.

Poderia citar outros fatores que limitam a imaginação e reforçam a artificialidade na construção do conhecimento?
O que limita a imaginação e reforça a artificialidade no processo de construção do conhecimento está presente no próprio conhecimento construído. Este pode, portanto, explicitar a precariedade de imaginação e de criatividade, assim como a sua própria artificialidade. Não existem poucos fatores limitadores. Poderíamos sublinhar alguns importantes. A reprodução de modelos convencionais — no âmbito do ensino, pesquisa e extensão — constrange o exercício de criar novos modos de fazer. É certo que, aqui, também, há uma relação a ser sublinhada: os modos de fazer são articulados aos modos de ver e de pensar o mundo. A referida reprodução parece sugerir a existência de apenas um modo de construir caminhos de pesquisa. Há, também, a falta de uma rotina de leitura e, sobretudo, de escrita que interfere negativamente nos processos de produção do conhecimento. Isso se dá desde o início dos cursos de graduação, em todas as áreas do conhecimento, e se consolida como uma quase-regra na universidade moderna. A falta da referida rotina motiva a reprodução do que já está posto e pensado e, consequentemente, limita o exercício imaginativo, ainda ressaltando as artificialidades e o trabalho mecânico de repetição.

Essa postura não contribui para distanciar o pesquisador do mundo?
Estar distante do mundo, quando se está na universidade, parece ser, também, um comportamento padrão a ser fortemente questionado. Ele faz com que desperdicemos as nossas vivências, experimentações de mundo, assim como as oportunidades de potencializar a nossa capacidade imaginativa indispensável aos processos criativos. Além disso, tal distância é motivadora da produção de um conhecimento que não se desvencilha da inevitável artificialidade.

O senhor não considera que o sistema de produção de conhecimento está consolidado, e, portanto, impermeável a mudanças?
Tenho fortes dúvidas de que ele esteja definitivamente consolidado, de que o modo convencional de fazer ciência seja único e, sobretudo, de que não estejam em curso processos importantes de transformação referentes à produção do conhecimento e, particularmente, nas ciências humanas. Com isso, quero dizer que há uma considerável abertura do cânone e certa desestabilização do modo tradicional de se conceber a ciência e de praticá-la.

Poderíamos trabalhar com alguns exemplos. No âmbito da epistemologia e da ética, há algum tempo, é fortemente questionada a postura neutra e imparcial do cientista que se imagina exterior à leitura do mundo construída por si próprio. Além disso, diante das questões que procura analisar, a postura imparcial do cientista é também interrogada, frente ao que é justo e ao que é fortemente injusto e, portanto, inadmissível. Por meio do discurso proferido pelos cientistas convencionais, o sistema até pode se perceber consolidado, mas isso não deixaria de ser uma grande abstração, já que o sistema somos nós em nossa diversidade: é assim que todos deveríamos pensar e, a partir daí, sobretudo, agir.

É preciso, então, praticar o “desapego” a esse sistema...
Quando se recorre ao sistema para justificar práticas conservadoras, o que se faz é procurar a legitimação da nossa ausência na reprodução do que, muitas vezes, pode haver de pior em nossas sociedades. Admitir a consolidação e a perpetuação do sistema hegemônico-conservador é admitir a impossibilidade de produzir conhecimento para além do que é convencional.

Como espera que seja a recepção de suas ideias?
Não estamos sozinhos na universidade e espero que as ideias contidas nessa obra, assim como nas outras anteriores, sejam muito bem recebidas e, principalmente, disseminadas. Parece pretensioso, mas não posso esperar menos do que isso, também porque as ideias foram discutidas com colegas e estudantes, de diversas áreas do conhecimento, em todos os níveis, ao longo das últimas duas décadas e, sobretudo, no decorrer dos últimos três anos. Há uma tendência em curso com a qual me identifico e estou convencido de que não estou sozinho e sim muito bem acompanhado — vozes e pensamentos que expressam a delicadeza criativa em seu modo de ver o mundo, que desejam universidades progressivamente mais críticas.

Há um capítulo em seu livro que propõe nova forma de redigir projetos e resultados de pesquisa. Que critérios devem orientar essa redação?
Eu não gostaria que o livro fosse confundido com um manual de redação de projetos e de resultados de pesquisa. No entanto, é inevitável que ele seja alvo de uma espécie de visitação e crie tais expectativas. Na universidade moderna — na universidade-fábrica, como eu a denomino — quase todos desejam receitas e, diante disso, é difícil imaginar que o livro não passe por esse tipo de provação. Até julgo interessante que isso se dê, pois penso que a leitura poderá questionar práticas e talvez construir referências novas para que possamos nos transformar e seguir adiante a partir de outros caminhos de pesquisa.

Como fugir do estilo convencional da escrita acadêmica?
Não existem receitas para escapar do estilo convencional de escrita acadêmica. Entretanto, há aqui uma insidiosa inversão, bastante sutil, que deveremos considerar. A denominada fuga do estilo convencional de escrita é, antes de tudo, tributária de uma transgressão ao modo convencional de pensar o mundo. Isso significa que o modo convencional de pensar o mundo é aquele que nos movimenta no sentido da construção de laços de identidade com a escrita convencional; e nos impede, obrigados — e, contraditoriamente, satisfeitos com o aparente conforto das ideias prontas e repetidas — a praticar a ciência de outro modo, a assumir a nossa presença em nossos próprios textos e também a nossa condição de sujeitos que criam, compõem, interpretam, redesenham.

O que mais importa às pesquisas acadêmicas é que sejam convincentes e, além disso, que comuniquem e dialoguem. Para tanto, as perguntas que encaminho, talvez, serviriam de resposta: como dispensar a linguagem — em todos os seus recursos e com a delicada liberdade — assim como o imprescindível tempo para construir argumentos que fazem pesquisas de alto nível? Como dispensar os leitores com os nossos textos feitos de palavras fechadas? Como dispensar a crítica? Como não assumir a nossa presença em nossa escrita — uma presença óbvia, mas negada por uma padronização normativa e burocrática construída, sobretudo, por um desejo descabido de nos afastarmos dos nossos próprios textos para fazê-los existir independentemente da nossa existência? Como não admitir que a boa escrita — não se fala, aqui, da escrita correta — seja, também, decorrente de boas ideias?

Propostas como a do senhor, insisto, não tendem a encontrar resistência?
É bastante previsível que tais propostas encontrem resistências. Entretanto, há mais territórios de crítica e de criatividade na universidade moderna do que se pode imaginar. A potência desses territórios — que podem ser compreendidos como enclaves conectados em rede — é proporcional à força da palavra conservadora originária da cultura convencional reproduzida nas universidades.

Sua reflexão é pioneira? Ou já existem outras correntes semelhantes?
Por diversos motivos, acho difícil dizer que minha reflexão seja pioneira. Do modo como concebi e organizei as ideias, redesenhando os argumentos, pode ser que seja. Entretanto, o que percebo, de fato, é o desejo de transformação cultivado por muitos em diversas obras: não estive isolado. Pode ser que o Entrenotas conquiste um lugar especial junto aos seus leitores. Mas ele, certamente, não estará sozinho. Há obras e autores importantes que com ele dialogam e que, para a minha reflexão, são referências essenciais. Convicto, afirmo que há um imenso desejo de transformação, percebido em muitos de todos nós, na universidade, que daria origem a obras semelhantes. Compartilho com todos os colegas, estudantes, esse desejo que está presente em minha reflexão.

O senhor tem conhecimento de alguma experiência na própria UFMG ou em outra instituição que se oriente por princípios semelhantes ao que defende?
Infelizmente, as nossas experiências e práticas — referentes ao ensino, pesquisa e extensão — na universidade dão-se de forma muito isolada. Até certo ponto, isso é compreensível, ainda que não seja desejável. É imensa a dificuldade de perceber o coletivo exercício criativo na academia. Por tais motivos, também, é com dificuldade que se pode perceber o vigoroso desenvolvimento de experiências não convencionais. Por serem próprias dos territórios fronteiriços do conhecimento e da universidade — e, também, por não serem hegemônicas —, as experiências não convencionais são potencialmente propensas a rejeitar a sua institucionalização. Faz parte da sua natureza e, portanto, são menos visíveis. Mas existem e são aquelas que fazem o prazer e a arte da pesquisa e do ensino.

Como aplicar e pôr em prática os conceitos que o senhor defende?
Na universidade, adquirimos o gosto pela operacionalização, aplicabilidade ou instrumentalização de ideias e de conceitos. Os conceitos não deveriam ser compreendidos como objetos imaginários que, autônomos, pairam sobre o mundo vivido. Eles são uma representação do mundo, das nossas existências e originários de práticas. Defendo conceitos que decorrem do meu modo de pensar o mundo e da minha própria prática. Ao longo dos anos, constato, com muito gosto, junto a estudantes da universidade, que é possível fazer diferente caso haja o desejo de se transformar; a partir de então, é possível construir uma visão de mundo diferente da convencional.

O que vem adiante são o hábito da crítica e a produção de rotinas saudáveis e prazerosas de ensino e de pesquisa. Imagino que muitos praticam o que defendo. Imagino, também, que muitos desejam praticar. Mas não há receitas e, tampouco, um modelo a ser adotado. Estamos nos referindo à arte de ler o mundo. É preciso vivência, crítica, liberdade criativa, imaginação, leitura e permanente escrita. Nada disso se ensina, mas se aprende com o outro. Tudo isso é conquistado pelos sujeitos do conhecimento e demanda o tempo que, paradoxalmente, a universidade moderna parece dispensar.

(Matheus Espíndola)

(Versão condensada desta entrevista está publicada na edição 1805 do Boletim UFMG)

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