Universidade Federal de Minas Gerais

Arquivo pessoal
camila%20de%20assis.JPG
Camila de Assis: análise envolveu 15 cidades da Região Metropolitana

Tese vê escassez de indicadores e desarticulação na gestão de resíduos na Região Metropolitana

quinta-feira, 7 de março de 2013, às 5h53

Compartilhar problemas e soluções em um tema tão complexo como a gestão de resíduos sólidos é a atitude esperada de cidades que se interligam, não só pela proximidade geográfica, mas também pela dinâmica de mobilidade entre seus habitantes. Não foi essa, contudo, a realidade encontrada pela bióloga Camila Moreira de Assis, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Em tese de doutorado defendida na Escola de Engenharia no final de 2012, a pesquisadora observou certa desarticulação nas ações dos 34 municípios e escassez de indicadores que poderiam subsidiar estudos na área.

Segundo ela, na RMBH, cada município define isoladamente o que convém e cabe nos próprios orçamentos. “Além disso, a inexistência de informações precisas e seguras dificulta quaisquer entendimentos que se pretendam completos”, afirma Camila de Assis.

De acordo com ela, a análise comparativa sobre aspectos quali e quantitativos da gestão de resíduos sólidos urbanos (GRSU) favoreceria o levantamento de dados suficientemente confiáveis para entendimento das ações, sobretudo em municípios do mesmo porte populacional, identificação de demandas e possíveis falhas.

Ao comparar as realidades locais, Camila de Assis focalizou 15 cidades desse grupo e trabalhou com dados como cobertura e frequência dos serviços prestados, disposição final dos resíduos, nível de recuperação de materiais recicláveis, geração de resíduos sólidos de construção e demolição, planos de otimização de rotas, coleta de capina e poda, varrição e serviço de compostagem.

A partir das informações disponíveis, ela avaliou cada município com base em quatro categorias de indicadores que identificam situações de gestão que vão de “muito favorável” até “desfavorável”.

A dificuldade de obtenção de dados – já constatada por outros autores – demonstra, na opinião da pesquisadora, a precária importância dada ao registro de informações relativas à gestão de resíduos, além de revelar também que muitas decisões são tomadas isolada ou independentemente.

Segundo a bióloga, o uso de indicadores na avaliação da GRSU “exigirá das cidades equipes com conhecimentos que ultrapassam as questões técnico-operacionais, o que por sua vez suscita novos questionamentos, além de obtenção de recursos financeiros”.

Cadeia
Assunto que envolve múltiplos aspectos, a gestão de resíduos deve ser vista como um conjunto de ações que se complementam. “Não basta dar correta destinação final, pois outras questões, que vão desde a redução na geração, precisam ser resolvidas”, sentencia Camila de Assis, que é professora do Centro Universitário de Belo Horizonte.

A autora constatou grande variação entre as alternativas de disposição final adotadas pelos municípios da Região Metropolitana. Ela explica que, embora alguns possuam características semelhantes e grande proximidade entre si, as opções de GRSU são muito variadas e correspondem às realidades técnicos-operacionais, à disponibilidade de recursos financeiros e humanos, à capacitação e ao interesse político dos gestores.

No caso de Belo Horizonte, a pesquisa apontou tendência a serviços de melhor qualidade, uma vez que se observa uma análise tendendo a positiva, com dominância para as faixas avaliativas “muito favorável” (54,88%) e “favorável” (24,39%). Segundo a pesquisadora, “como era de se esperar”, a capital mineira investe em capacitação de mão de obra, adoção de tecnologias modernas e até na disposição final adequada dos resíduos, “o que não poderia ser diferente, tratando-se de município de grande porte populacional e que, conforme a legislação, deve adotar a técnica de aterro sanitário”.

Apesar da tendência positiva para a limpeza urbana em Belo Horizonte, dois aspectos se destacam como negativos: a baixa cobertura da coleta seletiva e a falta de estímulo para a reciclagem no município, “o que ainda vai de encontro às atuais políticas nacional e estadual de resíduos sólidos”, destaca Camila de Assis. Ela vê dificuldades em comparar Belo Horizonte e outros municípios da RMBH devido a diferenças populacionais, sociais, econômicas e políticas.

Em sua opinião, se não é possível estabelecer paralelos, é necessário questionar “como uma capital estadual – coincidentemente também a maior cidade do estado – pode servir de exemplo para a RMBH”.

Embora considere inegável a qualidade dos serviços de limpeza urbana prestados em Belo Horizonte, Camila Assis adverte: “é discutível se esta qualidade se encaixa nos padrões de uma capital, a um orçamento municipal substancial e a uma população de mais de 2 milhões de habitantes – fora os visitantes e a população flutuante –, que ainda tendem a crescer”.

(Ana Rita Araújo/Boletim 1810)

Tese: Avaliação da gestão integrada de resíduos sólidos urbanos em municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte
Autora: Camila Moreira de Assis
Orientador: Raphael Tobias de Vasconcelos Barros
Defesa: em novembro de 2012, junto ao Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos

05/set, 13h24 - Coral da OAP se apresenta no Conservatório, nesta quarta

05/set, 13h12 - Grupo de 'drag queens' evoca universo LGBT em show amanhã, na Praça de Serviços

05/set, 12h48 - 'Domingo no campus': décima edição em galeria de fotos

05/set, 9h24 - Faculdade de Medicina promove semana de prevenção ao suicídio

05/set, 9h18 - Pesquisador francês fará conferência sobre processos criativos na próxima semana

05/set, 9h01 - Encontro reunirá pesquisadores da memória e da história da UFMG

05/set, 8h17 - Sessões do CineCentro em setembro têm musical, comédia e ficção científica

05/set, 8h10 - Concerto 'Jovens e apaixonados' reúne obras de Mozart nesta noite, no Conservatório

04/set, 11h40 - Adriana Bogliolo toma posse como vice-diretora da Ciência da Informação

04/set, 8h45 - Nova edição do Boletim é dedicada aos 90 anos da UFMG

04/set, 8h34 - Pesquisador francês aborda diagnóstico de pressão intracraniana por meio de teste audiológico em palestra na Medicina

04/set, 8h30 - Acesso à justiça e direito infantojuvenil reúnem especialistas na UFMG neste mês

04/set, 7h18 - No mês de seu aniversário, Rádio UFMG Educativa tem programação especial

04/set, 7h11 - UFMG seleciona candidatos para cursos semipresenciais em gestão pública

04/set, 7h04 - Ensino e inclusão de pessoas com deficiência no meio educacional serão discutidos em congresso

Classificar por categorias (30 textos mais recentes de cada):
Artigos
Calouradas
Conferência das Humanidades
Destaques
Domingo no Campus
Eleições Reitoria
Encontro da AULP
Entrevistas
Eschwege 50 anos
Estudante
Eventos
Festival de Inverno
Festival de Verão
Gripe Suína
Jornada Africana
Libras
Matrícula
Mostra das Profissões
Mostra das Profissões 2009
Mostra das Profissões e UFMG Jovem
Mostra Virtual das Profissões
Notas à Comunidade
Notícias
O dia no Campus
Participa UFMG
Pesquisa
Pesquisa e Inovação
Residência Artística Internacional
Reuni
Reunião da SBPC
Semana de Saúde Mental
Semana do Conhecimento
Semana do Servidor
Seminário de Diamantina
Sisu
Sisu e Vestibular
Sisu e Vestibular 2016
UFMG 85 Anos
UFMG 90 anos
UFMG, meu lugar
Vestibular
Volta às aulas

Arquivos mensais:
outubro de 2017 (1)
setembro de 2017 (33)
agosto de 2017 (206)
julho de 2017 (127)
junho de 2017 (171)
maio de 2017 (192)
abril de 2017 (133)
março de 2017 (205)
fevereiro de 2017 (142)
janeiro de 2017 (109)
dezembro de 2016 (108)
novembro de 2016 (141)
outubro de 2016 (229)
setembro de 2016 (219)
agosto de 2016 (188)
julho de 2016 (176)
junho de 2016 (213)
maio de 2016 (208)
abril de 2016 (177)
março de 2016 (236)
fevereiro de 2016 (138)
janeiro de 2016 (131)
dezembro de 2015 (148)
novembro de 2015 (214)
outubro de 2015 (256)
setembro de 2015 (195)
agosto de 2015 (209)
julho de 2015 (184)
junho de 2015 (225)
maio de 2015 (248)
abril de 2015 (215)
março de 2015 (224)
fevereiro de 2015 (170)

Expediente