A partir da próxima segunda-feira, 6, equipe do Projeto Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), coordenado em Minas Gerais pela Faculdade de Medicina da UFMG, iniciará série de visitas a 56 escolas públicas e particulares em 11 municípios mineiros. O trabalho, que prossegue até setembro, pretende estabelecer o perfil dos adolescentes em relação aos fatores de risco para doenças cardiovasculares. De acordo com a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Cristiane de Freitas, coordenadora do projeto no Estado, a equipe do Erica também quer conhecer a proporção de adolescentes com diabetes mellitus e obesidade. A equipe, multidisciplinar, é composta de médicos, nutricionistas, enfermeiros, educadores físicos, odontólogos e fisioterapeutas. Coordenado nacionalmente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Projeto Erica é financiado pelo Ministério da Saúde e vai alcançar cerca de 75 mil estudantes, de 12 a 17 anos, em mais de mil escolas, distribuídas pelas 124 cidades participantes do Brasil, incluindo todas as capitais. “As escolas foram sorteadas de forma aleatória, a partir de método desenvolvido na UFRJ e que será reproduzido em todo o Brasil, para garantir que seja uma amostra representativa”, explica Maria Cristina Kuschnir, uma das coordenadoras gerais do projeto. Este ano, o Erica será desenvolvido nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No ano que vem, será a vez regiões Nordeste e Norte receberem as equipes do Erica. Obesidade é a maior vilã A pediatra especializada em saúde do adolescente Cristiane Freitas destaca que a obesidade, cada vez mais comum, é a principal vilã dos riscos cardiovasculares. “O consumo de alimentos industrializados e a redução de atividades físicas e horas de sono são os principais responsáveis”, alerta. Ela também lembra que, além dos fatores sociais e ambientais, a genética pode ser um indicativo de risco cardiovascular. “Em uma família em que as pessoas são obesas ou apresentam hipertensão, a atenção tem que ser dobrada”, adverte. “O Erica não é apenas um estudo de prevalência. Também queremos aproximar os jovens da atenção primária à saúde e vice-versa, sem críticas”, afirma a professora. Para ela, o projeto tem papel importante para a promoção da saúde junto aos adolescentes. “Além dos dados coletados, a realização do Erica nas escolas também vai provocar efeitos secundários muito positivos, como ampliar o diálogo entre professores, pais e alunos sobre saúde e chamar a atenção para a relação do adolescente com seus hábitos”, espera. (Com assessoria de comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG)
Privação do sono, experimentação precoce de álcool e cigarro, uso de drogas, obesidade e sedentarismo são fatores considerados de alto risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares que podem ter consequências graves, como os acidentes vasculares cerebrais e infartos. A situação pode ser ainda mais grave quando esses fatores são interligados.