Universidade Federal de Minas Gerais

Pesquisa da Fafich usa metodologia inovadora para predizer desempenho escolar

quinta-feira, 9 de maio de 2013, às 5h58

Arquivo pessoal
hudson.jpg Historicamente, a literatura da psicologia mobiliza a inteligência como o principal preditor para o desempenho acadêmico e escolar. No entanto, um estudo em desenvolvimento na Fafich está descobrindo que a metacognição é tão – ou mais relevante – que a inteligência para predizer esse desempenho, e que as duas, juntas, podem possibilitar um novo patamar nesse tipo de avaliação.

O trabalho vem sendo desenvolvido pelo pesquisador Hudson Golino, do Laboratório de Investigação da Arquitetura Cognitiva (LaiCo) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), sob a orientação do professor Cristiano Mauro de Assis Gomes. Hudson é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Neurociências, e sua tese, que reunirá os resultados dos seus estudos, deve ser defendida em 2014. Um artigo sobre o assunto, assinado pela dupla, acaba de ser aprovado para publicação na revista PRC:Psychology, editada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tida como o mais conceituado periódico de psicologia da América Latina.

Segundo Hudson, a percepção da relevância da metacognição para a predição do desempenho escolar é recente. “A inteligência sempre foi a área da psicologia mais estudada. São mais de cem anos de pesquisa nessa linha”, afirma. Hudson destaca que a literatura aponta a inteligência como responsável por explicar entre 25% e 50% da variância das notas escolares.

“É muita coisa, claro, mas o que isso significa? Significa, por outro lado, que entre 50% e 75% da variância do desempenho escolar não são explicados pela inteligência. Foi a partir dessa lacuna que chegamos à importância da metacognição na predição”, explica o pesquisador.

Enquanto a inteligência se relaciona, entre outras coisas, com a capacidade humana de resolver problemas e de lidar com conhecimentos novos ou abstratos, a metacognição abrange a capacidade humana de monitorar, planejar e julgar o comportamento e o raciocínio. “Como todo animal, o ser humano tem a habilidade de se adaptar. Sem essa capacidade, a adaptação fica prejudicada”, diz. “E o que estamos percebendo é que pessoas que monitoram, planejam e julgam o seu próprio desempenho têm melhor rendimento escolar”, acrescenta.

A inteligência é medida por meio de testes de raciocínio, memória e lógica, entre outros. Já a metacognição demanda outro tipo de aferição. “As pesquisas internacionais realizam aferições que dependem de avaliadores especializados para averiguar essa capacidade. No entanto, estamos desenvolvemos testes que prescindem desses técnicos. A pessoa realiza uma série de tarefas e ela mesma tem condições de avaliar se acertou ou errou o resultado do exercício. “É um tipo de teste de desempenho, o que torna a aferição da metacognição mais confiável”, afirma Golino.

Metodologia inovadora
A pesquisa de Hudson vale-se de metodologia inédita, chamada Machine Learning, que possibilita avanços na mensuração dos parâmetros de relevância da inteligência e da metacognição como preditores do desempenho acadêmico. É uma técnica recente, que permite aprendizagem exploratória e preditiva em grandes bancos de dados. "O diferencial é que o sistema se retroalimenta, aprendendo constantemente a partir dos novos dados que vai incorporando".

A técnica já é usada, por exemplo, em câmeras fotográficas, possibilitando que elas identifiquem partes do corpo, ou em prédios comerciais, favorecendo a previsão da demanda de energia em ambientes e horários específicos. “O que descobrimos é que a mesma técnica pode ser utilizada para realizar predições educacionais. É um trabalho pioneiro, e os nossos estudos são os primeiros a mobilizar a técnica com esse objetivo de construir um mapa cognitivo preditivo”, conta o pesquisador.

Hudson lembra que a ciência já faz boas predições há séculos, como no caso da astronomia e da medicina. Como exemplo, ele cita as notas de corte para os exames de sangue. “Os leucócitos, quando ultrapassam certo parâmetro, indicam uma possível infecção”, afirma.

No entanto, pontos de corte como esses ainda são pouco difundidos na neurociência, na psicologia e na ciência educacional. “É nesse sentido que essa nova metodologia representa um avanço de pesquisa. Ela possibilita montar o perfil cognitivo de predição. Com isso, inaugura uma nova era nos estudos de psicologia educacional”, diz.

Avanço na educação
Hudson lembra que as técnicas atualmente utilizadas – inclusive no plano internacional –para predizer o desempenho escolar só apontam os preditores e o percentual de variância de desempenho que cada um explica. “Elas não esclarecem os valores em cada teste específico que a pessoa precisa obter para alcançar alto ou baixo desempenho escolar”, afirma o pesquisador. O diferencial da nova metodologia é que ela permite identificar o valor que a pessoa deve atingir nos testes de inteligência, de motivação e de metacognição para obter alto ou baixo desempenho escolar e acadêmico.

O pesquisador explica os ganhos que o trabalho pode gerar para a educação. “Predizer o desempenho escolar com essa precisão significa dar um passo à frente para intervir com antecedência, criando metodologias de ensino específicas para grupos mais propensos a terem baixo desempenho no ensino básico, na graduação ou em cursos profissionalizantes”, conclui.

(Ewerton Martins Ribeiro)

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