Todos os anos, cerca de 15 toneladas de resíduos químicos perigosos são gerados em laboratórios da UFMG. O modelo de gestão adotado pela Instituição para identificar, segregar e descartar de forma segura esse material será apresentado esta semana em evento internacional que reúne no Peru especialistas e profissionais das Américas, Europa e Caribe. Diretor do Departamento de Gestão Ambiental (DGA) da UFMG, o químico Bruno Lemos apresentará o trabalho, na quinta-feira, 23. O 5º Congresso Inter-Americano de Resíduos Sólidos começa nesta quarta-feira, 22, e se encerra na sexta-feira, 24. Segundo Bruno Lemos, a normatização adotada pela UFMG pode ser considerada modelo e inspirar outras instituições. Ele explica que o manejo, o armazenamento e o transporte de cargas perigosas é um dos grandes desafios em instituições de ensino e pesquisa, sobretudo pela diversidade de materiais gerados. “Desconheço um plano com nível de rigor e de metodologia do que foi adotado pela UFMG nos últimos anos”, comenta Lemos, destacando que se trata de iniciativa institucional, com o apoio da Pró-reitoria de Administração. Ele explica que a normatização adotada na Universidade inclui as etapas de identificação, segregação, armazenamento temporário, coleta, transporte, tratamento e destinação final externa, que é realizada por empresa especializada, contratada para esta finalidade. “Em prazo curto a UFMG deu um salto de qualidade no gerenciamento desses resíduos”, reitera. Além de mostrar a experiência da UFMG com o trabalho selecionado para apresentação oral, o diretor do DGA pretende conhecer outras realidades, tanto do Brasil quanto de outros países. Segundo os organizadores, o congresso reunirá profissionais, funcionários públicos e de empresas privadas, bem como estudantes, para troca de informações sobre os mais recentes desenvolvimentos em gestão de resíduos sólidos urbanos ou municipais, industriais, perigosos e especiais. O evento é promovido pela Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (Aidis), em parceria com sua seção peruana.
Os resíduos químicos perigosos são produzidos em laboratórios de ensino, pesquisa e extensão de 14 unidades acadêmicas. As que concentram maior percentual são o Departamento de Química, a Escola de Engenharia, o Instituto de Ciências Biológicas, a Faculdade de Farmácia e a Escola de Veterinária, que juntas produzem quase 90% do total.