Universidade Federal de Minas Gerais

Gosto em arte é individual, mas também tem um lado objetivo, afirma professor da Filosofia

terça-feira, 3 de setembro de 2013, às 5h59


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“O gosto tem um aspecto de individualidade, e portanto é relativo, como possui também a dimensão mais objetiva, universalizada. É difícil que alguém, mesmo que goste de funk, diga que essa música é de mais bom gosto que uma sinfonia de Beethoven”, afirma o professor Verlaine Freitas, do Departamento de Filosofia (em foto de Foca Lisboa). A validade de se falar em gosto com relação a obras de arte e o papel da interpretação e da crítica são alguns dos temas a serem discutidos durante o 11º Congresso Internacional de Estética, que terá início nesta terça, 3, na Fafich.

Nesta entrevista ao Portal UFMG, Verlaine Freitas, coordenador da comissão organizadora do evento, define estética, lista alguns de seus pensadores, conta o que tem interessado aos estudiosos da área e afirma que as pessoas deveriam se interessar mais sobre história da arte. “É bem mais necessário elevar o público ao patamar de quem compreende a arte de um ponto de vista interno a ela do que pleitearmos que ela possa ser compreendida igualmente por todos”, defende Verlaine, que fez pós-doutorado em Filosofia na Universidade de Windsor, no Canadá.

O que é estética, e como surgiu esse ramo da filosofia?
A estética ou filosofia da arte é uma disciplina quase tão antiga quanto a própria filosofia; as primeiras reflexões sobre beleza e sobre a arte foram de Platão, Aristóteles e Plotino, mas ainda não havia essa caracterização da disciplina como tal. No século 18, passou a haver reflexão mais específica sobre esses temas, e Alexander von Baumgarten cunhou o termo “estética” a partir de aísthesis – palavra grega que significa sensação – para designar o ramo da filosofia que passou a se dedicar à beleza e à reflexão sobre a arte. Isso se justifica, porque a beleza tem a ver com a sensibilidade, a imaginação, o jogo das representações mentais e físicas envolvendo o gosto, os sentidos, o modo como nós temos prazer e desprazer com as coisas. Enfim, a partir de Baumgarten temos a caracterização mais acadêmica da estética como disciplina dentro do cenário da produção filosófica.

Que outros pensadores trataram do tema?
Podemos dizer que Kant sistematizou em larga medida o que hoje nós entendemos por estética, pois marcou um de seus elementos fundamentais, que é a autonomia do âmbito estético em relação à moral, ao conhecimento, à ciência, à política, à religião. Nesse sentido, a beleza passou a ser considerada algo que tem um valor, uma identidade própria, constituindo um modo específico de nos relacionarmos com o mundo. Dessa perspectiva, embora não seja algo universalmente aceito pelos estetas, uma obra pode ser moralmente boa e esteticamente ruim, e vice-versa. A partir disso, temos realmente uma reflexão filosófica sobre o quanto a beleza vale como fenômeno sui generis, que deve ser pensado como tal. São várias correntes, vários pensadores, que se dedicaram à estética: Hegel, Schelling, Nietzsche, Heidegger, entre outros; além deles, toda a Escola de Frankfurt no século 20 tem uma larga preocupação com os fenômenos estéticos, e também com a cultura de massa – que é um objeto de estudo atual da estética.

O que mais tem interessado aos estudiosos?
A arte é um fenômeno muito complexo, com muitos aspectos envolvidos. A questão do indivíduo e a sociedade, da mercantilização, da autonomia dos objetos estéticos, do processo de constituição dos estilos, enfim, uma gama muito ampla de aspectos que sempre estão em voga. Os assuntos de que vamos tratar no congresso têm a ver com as reflexões sobre o que caracteriza a arte hoje. Por exemplo: quando vamos a uma exposição de arte mais antiga e vemos um Da Vinci, um Michelangelo, um Monet, nós nos perguntamos: eu gosto desse quadro? Ele me dá prazer? Em relação à arte contemporânea, nossa disposição maior é de nos perguntarmos se a “entendemos”, o que podemos compreender das motivações estilísticas, a que movimento isso pertence etc. Gostar ou não de arte ficou imerso em uma atitude bastante intelectualizada perante os objetos, de tal maneira que hoje é difícil alguém falar apenas em “gostar” de arte. A pergunta que cada um se faz é: “Será que eu entendo arte, filosoficamente, esteticamente, teoricamente?” Ora, diante dessa intelectualização, onde é que fica o gosto? Faz ainda sentido gostar ou não de uma obra de arte da qual só se sabe que é de um movimento X ou Y? Outro aspecto a ser pensado é o papel da interpretação. O que podemos interpretar da arte? Seria ela portadora de conteúdos a serem decodificados pelo espectador? Ou cada pessoa pode “ler” o que mais lhe interessa nas obras? Por fim, a questão da crítica é algo extremamente complicado atualmente, tanto em termos de estética da arte de vanguarda e da arte erudita, como também de indústria cultural: faz sentido falar de mau gosto, ou cada um define o seu próprio gosto? Posso dizer que funk é de mau gosto? Haverá um critério, uma perspectiva central a partir da qual poderíamos definir bom e mau gosto?

Como os filósofos discutem a questão do bom e do mau gosto? Gosto varia de acordo com a época, com o ambiente social etc.?
Ao longo do tempo essa questão guiou-se pela questão da objetividade ou subjetividade do gosto. Kant centrou muito de sua análise estética na questão do gosto – e pautou muito do que a gente ainda discute hoje em dia. O gosto tem o aspecto da individualidade, da particularidade, sendo assim relativo, como possui uma dimensão mais objetiva, universalizada. É difícil que alguém, mesmo que goste de funk, diga que essa música é de mais bom gosto que uma sinfonia de Beethoven. De um ponto de vista crítico, podemos dizer que uma música que exprime uma sexualidade de forma “escrachada”, usando vários palavrões seguidos, empregando sonoridades visivelmente debochadas etc. é percebida claramente pelas próprias pessoas que as frequentam como de mau gosto, e eu diria que este é um componente do prazer que elas sentem ouvindo a música. (Embora isso não signifique dizer que toda música de funk é de mau gosto, ou contenha tais características.) Desse modo, haveria certa objetividade, mesmo que não absoluta em nosso juízo, de tal maneira que ao dizer que uma música como essa que descrevemos é de mau gosto não estamos sendo simplesmente “ditadores”, invasivos. De certa forma, as pessoas compartilham de nossa percepção.

O mau gosto teria então essa função de proporcionar prazer quando se associa de uma determinada forma a música a práticas sociais ou sexuais, à revolta política ou social etc. Mas pode-se dizer que existe quem simplesmente não se interesse pela música de Beethoven, sem entrar no mérito de bom ou mau gosto?
É interessante que muitas pessoas, quando ouvem alguém dizer que gosta de música clássica, respondem que não gostam, mas que sabem que é uma música de bom gosto. Eu diria ser muito difícil que alguém tenha ouvido pelo menos uma parte de alguma música de Mozart, Bach, e não tenha gostado. Todos “sabem” que ela é boa, tem uma qualidade diferente do pagode que toca quando se está dançando e comendo um churrasquinho, só que neste último não é a propriamente musicalidade que conta, é outra coisa: o envolvimento social, o apelo corporal etc.

Que debates se fazem hoje em torno do direito de publicar uma crítica, que pode ter grande efeito sobre o interesse do público, e outros aspectos da crítica de arte?
A sociedade comporta vários mundos, várias regiões do saber e das práticas, que não necessariamente se comunicam integralmente umas com as outras. O mundo da religião tem seus princípios, suas normas. Testemunhas de Jeová têm um código específico para interpretar a realidade. Os mórmons pautam sua existência por determinados aspectos, os evangélicos por outros e assim por diante. Por mais que haja intromissão de fora, eles seguem parâmetros específicos de interpretação de mundo, de crítica de valores. Os cientistas também fazem isso. Não chegamos ao laboratório e dizemos que eles não podem fazer um certo experimento, a não ser em casos críticos, como os que envolvem a ética. E podemos dizer que a arte também tem o seu mundo, o seu espaço, mas queremos compartilhar seu objeto de uma forma diferente do mundo dos cientistas, pois pensamos que o mundo da arte é mais permeável a nós. É como se os cientistas fossem credenciados para atuar numa área específica na qual nós não entramos. No caso da arte, parece que todo mundo tem cidadania ali, podendo chegar e dizer: esta obra de Stockhausen não é boa, é esquisita, ninguém entende nada.
Então, quando lemos uma crítica a uma obra de arte, parece que o que é dito ali deveria ser entendido imediatamente por nós. E não é bem esse o caso, pois a arte precisa ser compreendida para ser bem interpretada e portanto criticada, a partir de uma lógica própria, de forma análoga à ciência, religião, decisões diplomáticas, economia etc. Para entender arte é preciso saber história, é preciso formar-se, dominar um vocabulário específico, de palavras e conceitos. Um Mondrian, por exemplo, com suas linhas pretas verticais com quadrados verdes, amarelos e azuis, parece a muita gente apenas decoração, como azulejos ou algo assim. No entanto, não faz muito sentido olhar o quadro e pretender, sem nenhuma formação prévia, ser capaz de entender o que significam essas obras. Quando um crítico de arte comenta em um jornal ou revista uma obra de cinema ou de literatura, parece dizer algo muito obscuro, mostrando-se elitista, como se a obra fosse feita para poucos. A consequência é que algumas pessoas exigem dele que não fale a partir de uma formação da história, baseado em conhecimento de cinco, dez, vinte livros, e do estudo de dois mil anos de arte que levaram até aquelas linhas quadradas de Piet Mondrian. Por outro lado, há realmente algo de verdadeiro nessa exigência das pessoas de que elas deveriam ser capazes de entender essa crítica, pois elas deveriam de fato ter esse acesso por meio de uma educação estética, disciplinas nas suas faculdades, no ensino médio.

Essa é uma reivindicação dos estudiosos?
De certa forma, sim. Quando criticamos a arte como elitista e a crítica de arte como hermética, a pergunta é: quem deveria se situar no plano de quem? Os artistas, os críticos e os intérpretes deveriam se situar no patamar de quem é leigo? Ou nós deveríamos instituir um programa politicamente consistente para fazer com que as pessoas sejam capazes de entender o que significa um quadro de Mondrian e uma peça de Beckett? É bem mais necessário elevar o público ao patamar de quem compreende a arte de um ponto de vista interno a ela do que pleitearmos que ela possa ser compreendida igualmente por todos.

Mas haveria também uma outra dimensão, ou seja, fruir um filme de Bergman não exigiria um tipo de disposição ligada à formação em outras áreas da vida, e não apenas em cinema ou arte? E não seria também uma questão de hábito?
Para simplificar, gosto de resumir essas questões a conhecimento – de história, de estilo, do momento atual – e a frequentação. É difícil uma pessoa gostar de um quarteto de cordas se ela não se habitua ao próprio som dos instrumentos. Se ela sempre ouviu músicas com bateria e guitarra, é difícil que, pela própria sonoridade, ela vá gostar imediatamente de uma música de câmara composta, por exemplo, por dois violinos, um violoncelo e uma viola. E isso vale para o cinema e para a literatura. A questão da frequentação é extremamente importante.

Discute-se no âmbito da estética sobre a arte que é feita para tela digital?
No ano passado (2012) houve um congresso em Araraquara, São Paulo, em que essa foi a temática central. Várias questões interessantes foram levantadas, mas como é algo relativamente recente no campo das discussões filosóficas, ainda não há uma reflexão muito bem formada a esse respeito. Pierre Levy fala muito sobre o digital, sobre o âmbito cibernético em geral, a antropologia do homo digitalis, do modo de percepção, do modus vivendi relativo a esse meio tecnológico. No entanto, é algo muito novo.

Fale sobre o tema de sua apresentação no congresso.
Vou falar sobre gosto e crítica, a implicação subjetiva da apreciação das obras de arte. A minha perspectiva é centrada na ideia de que o gosto ainda é uma categoria válida para se falar mesmo da arte mais intelectualizada; defendo que o gosto deve ser pensado como uma capacidade de síntese, algo análogo àquilo que a obra de arte contemporânea passou a ser, agregando, cada vez mais, elementos heterogêneos. Quando Mondrian pinta retas pretas com quadrados no interior de alguns espaços, está agregando algo diferente daquilo que se pensava da pintura. Pollock pegou latas, fez um furo embaixo delas e formou círculos pintando um quadro de cinco por cinco metros. Ele usa algo a mais do que a tradição, ou seja, o puro gesto, a tinta que cai da lata ao acaso. Mais elementos são incorporados o tempo todo, fazendo parte de um complexo total que irá nos mobilizar em termos de prazer, ao vermos o quanto é imaginariamente interessante, impactante, bom para nós, essa aglutinação de elementos. Quando Lygia Clark criou seus Bichos, em que se pode ir lá, pegar com as mãos, dobrar e forjar novas formas, interagir e ver que se formou algo diferente, tudo isso faz parte da proposta artística, sendo mais um elemento. A nossa capacidade de ajuizar em que medida todos esses componentes agregados ao espaço da arte nos aprazem é algo que ainda deve ser pensado como inerente, próprio ao espaço do gosto. Este não cede espaço simplesmente à intelectualização, pois, na verdade, se expande agregando tanto mais elementos quanto as próprias obras de arte fazem isso para serem o que elas são no espaço atual da contemporaneidade.

Você cita muito o Mondrian...
Porque ele é um ícone de uma obra que rompeu com coisas muito estabelecidas. Ele é de uma simplicidade complexa; é o que eu gosto nele. Se lermos seus quadros apenas em seus aspectos plásticos, físicos, não entendemos nada do que é aquela arte. Ela é simples em termos de forma física, mas é complexa em termos do que nos afeta, nos demanda para compreender seu aspecto estético. Quem só vê retas e quadrados coloridos não vê Mondrian como artista propriamente; é necessária essa implicação do sujeito que se coloca uma tarefa de olhar aquilo ali como muito mais do que retas. Há uma simplicidade plástica com uma complexidade de gosto, de avaliação estética, e para realizá-la é necessário história, frequentação, conhecimento, uma série de outros aspectos que não estão nas retas, nos quadrados, nos círculos que ele pinta.

A questão do gosto tem uma face imperscrutável? Ou tudo é passível de explicação?
A experiência com a arte tem vários aspectos heterogêneos, desde a dimensão somática, física, sensitiva, emocional – tanto consciente quanto inconsciente –, como também a questão da linguagem estética na qual a obra se insere, o “problema” da intenção do artista (que não deve ser nem descartado nem tomado como critério número um. O que artista tem a dizer não é critério de validade da obra, mesmo que nós tenhamos acesso privilegiado a sua intenção). Quando escrevemos um poema, uma pessoa que lê pode tecer comentários que nos surpreendem, pois há intenções inconscientes por parte de quem faz a obra, de tal forma que aquilo que queríamos efetivamente falar é apenas uma parte do que compõe o cenário complexo que é a obra de arte, em que várias camadas se sobrepõem.
Eu diria que a obra de arte contemporânea é tão fragmentária, que todas as obras, na verdade, formam “uma” obra de arte. De forma análoga a quando olhamos para um quadro e gostamos de uma parte, mas não de outra, assim eu penso que a arte de hoje é uma grande obra estética que se forma a partir de pedaços. As obras de arte atuais são incompletas, não possuem algo como uma rotundidade das antigas. A Monalisa, por exemplo, tem uma compleição, uma totalidade significativa; o David, de Michelangelo, tem aquela solidez fantástica da figura humana; a Capela Sistina possui um mundo inteiro. A Mademoiselle D’Avignon, de Picasso, no entanto, ou uma obra de Beckett, ou um quarteto de Alban Berg, todas são fragmentárias, incompletas em um sentido visível na comparação com aquelas outras. Só falta um passo: dizer que todas as obras de arte contemporâneas são partes de uma grande obra estética que está sendo feita indefinidamente.

(Itamar Rigueira Jr.)

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