O bate-papo de amanhã (sábado, 12) na série Café com Conhecimento, do Espaço do Conhecimento UFMG, será em torno do tema O fantasma da máquina imunológica, conduzido pelo professor Nelson Vaz, do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. O evento tem início às 11h, com entrada franca. O professor vai apresentar sua visão de que a medicina atual deveria inverter sua lógica, estudando menos as doenças e o combate às ameaças externas, e voltando seus esforços para a manutenção da saúde das pessoas. Em participação especial, Vitor Pordeus, da Secretaria de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro, fará conexão entre o tema e os problemas da saúde pública no país. As ‘ameaças’ “A tecnologia mostrou que vivemos em um mar de bactérias e que mais de 30% de nosso DNA é viral. Quase não dá pra saber quem parasita quem. A realidade é muito mais delicada, complicada e antiga do que essa ideia de que vivemos num mundo cheio de germes, e de que precisamos nos defender deles”, afirma. Para Nelson Vaz, a noção de que convivemos bem com esse mundo “invisível”, e de que somos naturalmente capazes de desenvolver imunidade suficiente para nos mantermos saudáveis encontra resistência por ir contra tudo o que aprendemos, desde o ensino primário. “A ideia é tão simples que causa um pânico epistemológico. No entanto, se pensarmos na ‘hipótese da higiene’, por exemplo, que surgiu para explicar o grande aumento de alergias nos países com melhores condições de saneamento e hábitos de limpeza, é fácil entender que a exposição a microrganismos nas primeiras fases da vida é importante e necessária para o fortalecimento do sistema imunitário”, acrescenta. O Espaço do Conhecimento UFMG compõe o Circuito Praça da Liberdade. Informações pelo telefone 3409-8350. (Assessoria de Imprensa do Espaço do Conhecimento UFMG)
Segundo Vaz, após a decodificação do genoma humano, os estudiosos se depararam com um universo de microrganismos em nossa composição nunca antes calculado, e a pretensão de afastar nossas vidas do contato com vírus e bactérias encontrou um obstáculo conceitual. De acordo com o professor, a necessidade de combater tais inimigos invisíveis não só é falsa, como é mantida por interesses econômicos, políticos, culturais.