O mundo está envelhecendo rapidamente, e o Brasil não foge à regra. Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2060 os idosos deverão representar 26,7% da população do país. Serão 58,4 milhões de idosos para uma população de 218 milhões de pessoas, e, para além das questões de divisão de recursos, o aumento da expectativa de vida do brasileiro suscita outras reflexões importantes. Para debater Como estamos envelhecendo?, o Espaço do Conhecimento UFMG promove neste sábado, 26, o Café Controverso, que recebe Cássio Turra, professor do Departamento de Demografia da Faculdade de Ciências Econômicas, e Ana Caetano, professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas. No bate-papo, duas perspectivas sobre o envelhecimento serão abordadas. Ana Caetano vai discutir o que é o envelhecer biológico, problematizando o papel da ciência na definição dos parâmetros que definem quando uma pessoa se torna velha, e como essa perspectiva científica mudou nas últimas décadas. “É muito complexo definir o que seria envelhecer e, pior ainda, envelhecer com saúde", pondera a professora. Ela lembra que somos seres biológicos e culturais, fato que dificulta muito a definição de parâmetros gerais. Segundo Ana Caetano, uma pessoa pode ser biologicamente saudável, mas se sentir mal com muita regularidade, enquanto outra pode ter saúde mais frágil e se sentir muito bem, ser ativa e viver sem grandes problemas. "Nesses casos, como definir quem está envelhecendo com mais saúde?”, questiona, acrescentando que não é possível achar uma resposta simples para definir o que é envelhecer. Já Cássio Turra vai abordar as implicações demográficas do envelhecimento desproporcional no país, os declínios recentes da mortalidade e as causas do crescimento da expectativa de vida. Além disso, o professor vai tratar um pouco das perspectivas demográficas e sociais para os próximos anos. “O envelhecimento da população traz alguns desafios para o futuro", destaca. Em sua opinião, é necessário promover igualdade no acesso a serviços de saúde, redução da desigualdade de renda, provimento de renda pras futuras gerações de idosos, e consolidar sistemas públicos e privados de serviços de cuidados de longa duração para pessoas com incapacidade funcional. O Café Controverso acontece aos sábados, sempre às 11h, e faz parte das atividades que o Espaço do Conhecimento UFMG promove em seu café. A entrada é franca. O Espaço do Conhecimento UFMG se situa na Praça da Liberdade. Mais informações no site da instituição. (Com Assessoria de Imprensa Espaço do Conhecimento UFMG)