O Conservatório UFMG está promovendo esta semana um ciclo de palestras no qual se discute a forma com que o artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher utilizou conceitos e construções da matemática para criar suas obras. Quem não teve a oportunidade de conferir as seis palestras realizadas durante a semana terá a oportunidade de assisti-las na íntegra neste sábado, dia 9, em um “intensivo Escher”. O Conservatório UFMG fica na Avenida Afonso Pena, 1534, e a participação é gratuita. O ciclo A matemática na arte de Escher é realizado pelo Programa Educativo em Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado em parceria com o Departamento de Matemática da UFMG. Exposição • 19h - Perspectivas e projeções 9h às 12h 15h às 18h M.C. Escher: o artista dos matemáticos Palestrante: Bernardo Nunes Borges de Lima, engenheiro civil, mestre em Matemática pela UFMG e doutor pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Escher e o mundo não euclidiano
O ciclo de palestras A matemática na arte de Escher acontece em diálogo com a exposição A magia de Escher, que o Palácio das Artes recebe até 17 de novembro, e reúne as 85 obras mais enigmáticas do artista. São gravuras originais, desenhos e fac-símiles pertencentes à coleção da Fundação Escher, da Holanda. O Palácio das Artes fica na Avenida Afonso Pena, número 1537.
Programação desta sexta, dia 8
• 20h - Escher e o mundo não euclidiano
Programação de sábado, dia 9
• M.C. Escher: o artista dos matemáticos
• As quedas d´água de Escher
• Enxergando simetrias
• Pavimentações nas artes e nas obras de Escher
• Perspectivas e projeções
• Escher e o mundo não euclidiano
Sinopse das palestras
Palestra introdutória com pequena biografia do artista. Serão abordados os diversos objetos matemáticos presentes em sua obra.
As quedas d´água de Escher
Como é possível o poço de uma cachoeira alimentar sua própria queda d´água? E as escadas que sempre sobem e retornam ao mesmo ponto? Estas imagens de Escher, que remetem a situações aparentemente impossíveis, podem existir em universos matemáticos diferentes daqueles a que estamos acostumados. A palestra abordará o conceito de superfície não orientável e algumas de suas propriedades.
Palestrante: Marcelo Terra Cunha, físico formado pela Unicamp e doutor pela UFMG. Fez estágio pós-doutoral em Leeds, Inglaterra. É professor do Departamento de Matemática da UFMG, membro da Academia Brasileira de Ciências e pesquisador do CNPq e da Fapemig.
Enxergando simetrias
Um passeio pelo conceito de simetria por meio de obras de arte, ilustrando os conceitos de translação, reflexão, rotação e translação refletida.
Palestrante: Michel Spira, bacharel e mestre pela UFMG, e doutor em Matemática pela UC Berkeley. Professor do Departamento de Matemática da UFMG e coordenador do comitê de provas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMPE).
Pavimentações nas artes e nas obras de Escher
Nesta palestra, será apresentada a teoria algébrica da pavimentação por meio de exemplos obtidos do palácio mouro Alhambra e das obras de Escher.
Palestrante: Csaba Schneider, graduado pela Universidade de Debrecen (Hungria) e doutor pela Australian National University (Austrália). Sua linha de pesquisa é a teoria de grupos, em particular grupos de simetria. É professor do departamento de Matemática da UFMG.
Perspectivas e projeções
Os ideais do Renascimento, ao pedirem que retratemos o mundo como ele é, levam à criação da Geometria Projetiva. Seu desenvolvimento possibilitará a representação de paisagens e cenas cada vez mais realistas.
Palestrante: Sônia Pinto de Carvalho, graduada em Matemática pela UFRJ e doutora em Geometria e Topologia pela Université de Bourgogne (França). É professora na UFMG, e sua pesquisa tem ênfase em sistemas dinâmicos.
A palestra começará pela história da geometria e narrará alguns fatos desde a época de Euclides (300 a.C) até o momento da criação da geometria hiperbólica (século 19). Uma vez introduzida a geometria hiperbólica, serão apresentados e identificados na obra de Escher alguns de seus principais personagens.
Palestrante: Heleno Cunha, graduado e mestre em Matemática pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutor em Matemática pela UFMG, onde leciona.