Professor emérito da Universidade de Sussex, na Inglaterra, Mészáros é um dos grandes estudiosos e intérpretes da obra do compatriota György Lukács, de quem foi aluno e amigo. Nascido em 1930 em Budapeste, Istvan Mészáros deixou a Hungria aos 26 anos, em 1956, ano da intervenção soviética em seu país, e passou pela Itália antes de se estabelecer na Inglaterra. De acordo com Ester Vaisman, ele desperta grande interesse na UFMG, muito em função de sua interpretação rigorosa de Lukács. “Mas temos uma visão crítica de sua obra. Não concordamos com as lacunas que ele enxerga nas teorias de Marx e com sua ideia positiva do chavismo, por exemplo”, ela ressalva. A presença de Mészáros na UFMG dará ensejo também ao lançamento da tradução do segundo volume da Ontologia do ser social, obra póstuma de Lukács, e da coletânea György Lukács e a emancipação humana, organizada por Marcos Del Roio e que conta com artigo assinado por Ester Vaisman. Os eventos são realizados pelo Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFMG e contam com o apoio do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da UFMG, e da editora Boitempo.
A dialética em Lukács e o enigma do Estado será o tema da conferência que o filósofo húngaro István Mészáros fará na próxima terça, 26, no campus Pampulha. Na ocasião, ele também vai autografar seu livro O conceito de dialética em Lukács (Boitempo Editorial). O evento será das 14h às 18h, no Centro de Atividades Didáticas I (CADI), no campus Pampulha. Os interessados devem solicitar inscrição pelo email meszarosnaufmg@gmail.com. A conferência terá tradução simultânea.
Mas últimas décadas, ele tem se debruçado sobre processos característicos do capitalismo e a situação dos trabalhadores, segundo a professora Ester Vaisman, do Departamento de Filosofia da Fafich. “Uma de suas teses mais importantes é a da produção destrutiva, segundo a qual as coisas estão programadas para serem descartadas. Isso vale para os bens de consumo e para o trabalho humano, e está na base da crise estrutural do capital, ajudando a criar situações de barbárie”, afirma Ester. Para ela, Mészáros denuncia processos “que para a maioria dos analistas passam despercebidos”.