As possibilidades de cooperação entre Brasil e China foram discutidas esta tarde durante o encerramento da I Jornada de Estudos Chineses pelo ministro conselheiro da embaixada de Pequim no Brasil, Zhu Qingqiao, e pelo reitor Li Peigen, da Huazhong University of Science and Technology (Hust). A Jornada marcou a inauguração do Centro de Estudos Chineses, que busca aproximar pesquisadores da UFMG e da China em torno de uma agenda de temas de interesse dos dois países. Qingqiao (foto abaixo) revelou sua satisfação de participar do lançamento de um centro de estudos chineses em uma universidade brasileira. “São poucos os pesquisadores daqui que estudam temas ligados à China”, afirmou o diplomata. Três eixos O primeiro eixo compreende, segundo ele, o desenvolvimento da pesquisa, da cultura e a gestão de talentos. O segundo diz respeito ao papel que a universidade deve exercer como guardiã da memória, inclusive aquela que suscita fatos negativos. “Por isso, precisamos ter autonomia e independência para lidar com casos delicados”, defendeu. A terceira frente, que ele denomina de serviço social, guarda, na comparação com o Brasil, equivalência com temas ligados à extensão acadêmica e com a relação universidade-empresa. “Somos uma das poucas universidades da China a transferir conhecimento para a sociedade, principalmente na área de engenharia”, garantiu Li Peigen.
O ministro lembrou que as relações diplomáticas entre Brasil e China foram estabelecidas há cinco décadas e que hoje esse relacionamento foi elevado ao patamar de parceria estratégica global. “A China é o maior mercado para as exportações brasileiras, e o Brasil é o nosso principal parceiro comercial na América Latina, com um comércio que alcança 86 bilhões de dólares por ano", informou o conselheiro.
O reitor Li Peigen, da Huazhong University, fez uma reflexão sobre o papel da universidade contemporânea, que, em sua visão, deve trabalhar em torno de três frentes: construir o futuro, memorizar o passado e desenvolver o que chama de serviço social.