Sarah Dutra |
O gramado da Reitoria recebeu na tarde desta quarta-feira, dia 26, uma tenda informativa sobre o Purple Day, ação que reúne pessoas vestidas de roxo como forma de adesão ao Dia Internacional de Conscientização da Epilepsia. A cor faz referência à flor de lavanda, frequentemente associada com a solidão sentida pelos portadores da doença. Na UFMG o evento é organizado pelo programa de extensão Grupo de Ações Educativas Relacionadas à Epilepsia (Agere), coordenado pela professora Juliana Tavares, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). “Além de orientar e oferecer apoio aos portadores de epilepsia, é importante fazer algo mais a respeito e informar toda a população. Nesse sentido, o Purple Day tenta derrubar os preconceitos e estigmas em torno da doença”, explica Gabriela dos Santos Marques, estudante do 3º período de Medicina e membro da Liga Acadêmica de Epilepsia da UFMG. Entre os participantes do evento estava Maria das Graças Ferreira Albino. Mãe de um garoto de 8 anos, portador de epilepsia, ela afirma que a desinformação é o maior problema enfrentado pela família. “A maioria das pessoas tem medo de presenciar uma crise e não saber como agir; outras cometem erros como dar água para o epilético". E a falta de informação pode trazer sérias consequências para a vida do portador de epilepsia e seus familiares. Foi o que aconteceu com a família Albino, no ano passado, quando o menino teve uma crise na escola. Sem saber como agir, a direção do colégio chamou uma ambulância para a criança, que foi levada a um hospital psiquiátrico com suspeita de problemas mentais. “Foi uma experiência traumatizante. De criança extremamente ativa, ele passou a se isolar e só queria ficar trancado no quarto. Chegamos a pensar em processar a escola pela ocorrido”, conta Maria das Graças. A mãe procurou assistência psicológica para a criança e desde o início do ano o filho frequenta uma nova escola, onde os educadores já receberam orientação adequada e sabem como agir em caso de nova crise. Para Gabriela Marques, a conscientização é essencial para desmitificar a doença e garantir qualidade de vida aos pacientes. “Em torno de 2% da população mundial sofre de epilepsia. São pessoas que têm tudo para aproveitar a vida com dignidade, basta informação”, finaliza a estudante.