Liberdade de expressão, poluição visual, preservação do patrimônio, expressão de identidades e vandalismo são dimensões associadas à prática da pichação, um dos principais fenômenos da paisagem urbana. Essas questões serão debatidas pelo Café Controverso neste sábado, dia 12, às 11h, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. Para refletir sobre a pergunta O que é pixo?, foram convidados a pesquisadora e psicanalista Ludmilla Zago, do projeto Cidade e Alteridade, da Faculdade de Direito, e o gerente do projeto Movimento Respeito por BH, o advogado Tiago Fantini. Eles vão abordar a relação entre a pichação, compreendida como forma de manifestação, e a administração pública. Para a psicanalista, o pixo não é bem compreendido, principalmente por sua natureza anárquica. “Há uma visão reduzida sobre a questão, já que quem legisla também conhece muito pouco sobre o assunto. A visão do poder público já associa a prática à sujeira e todo o diálogo parte dessa percepção. As pessoas precisam conversar mais sobre o assunto e entender outros pontos de vista e formas de interação com a cidade”, afirma Ludmilla Zago. “Precisamos estabelecer uma relação e acredito que a punição é o último recurso", defende Tiago Fantini. "A solução não está em simplesmente prender. Temos alguns parceiros, mas não é o suficiente trabalhar apenas com órgãos da prefeitura, porque o rótulo já traz todo um julgamento prévio. Por isso contamos com a ajuda de ONGs que nos ajudam neste diálogo com os pichadores”, explica o advogado. De acordo com Fantini, o perfil do pichador é multifacetado. “São jovens brancos, negros, ricos pobres, de diversas regiões da cidade e com as mais variadas motivações. Temos a pichação política, a de demarcação de território e um aspecto comum ligado à adrenalina. A dificuldade do trabalho consiste no fato de que o pichador é um sujeito que não pode ser enquadrado nas normas, não aceita ser coibido”, diz ele. Outras informações sobre o evento estão disponíveis pelo telefone (31) 3409-8350. (Assessoria do Espaço do Conhecimento UFMG)