As tendências recentes e perspectivas de reestruturação territorial da região metropolitana da capital, além da identificação preliminar das chamadas zonas e áreas de interesse metropolitano (ZIMs e AIMs), serão debatidas nesta quinta-feira, 8, no Seminário do Macrozoneamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O evento, que é aberto à comunidade, terá início às 9h30, no Centro de Atividades Didáticas 1 (CAD 1), no campus Pampulha. Os debates seguirão até 17h. O programa de Macrozoneamento Metropolitano integra a Política Territorial de Regulação de Uso do Solo, uma das 28 políticas do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da RMBH. Para organizar a discussão, de acordo com o professor Roberto Monte-Mór, professor e pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), coordenador geral do PDDI-RMBH e do Projeto do Macrozoneamento Metropolitano, foram identificados seis grandes vetores que, hoje, compõem o foco dos estudos na RMBH (Norte, Noroeste, Leste, Sul, Sudoeste e Oeste). Todas essas áreas passaram por movimentos de reestruturação territorial nos últimos anos, por meio da expansão urbana residencial e industrial, do avanço da tecnologia, da ampliação do turismo, entre outros fatores. “A expansão urbana observada na Grande BH acompanha tendência observada nas grandes metrópoles mundiais”, afirma o professor. Nesse processo, ele destaca a importância de Betim, que tem se tornado referência para as cidades próximas. Seu crescimento econômico tem feito aumentar o número de deslocamentos para a cidade nos últimos anos. Zonas e áreas de interesse As zonas de interesse são espaços relativamente pequenos, para os quais serão propostos modelos de ocupação e padrões de uso do solo. Já as áreas de interesse metropolitano são espaços maiores, que deverão ser objeto prioritário de políticas afins definidas no PDDI-RMBH, além de outras políticas a serem decididas de forma conjunta entre o governo do estado e os municípios. Trama verde-azul O professor Roberto Monte-Mór acrescenta que já existe um mapa preliminar dessa trama verde-azul, que envolve os seis grandes eixos da RMBH. “Temos visto, não apenas no Brasil, mas mundo afora, uma tentativa de naturalizar a cidade, trazer a região metropolitana para dentro da cidade, dando visibilidade e força à presença da natureza. Esse pode ser um elemento importante de reestruturação urbana e de valorização desses espaços que a gente pretende que sejam as novas centralidades metropolitanas.” Mais informações estão na página Macrozoneamento RMBH, no Facebook. (Com informações da Rádio UFMG Educativa)
“A identificação, delimitação e definição de formas e padrões de ocupação das Zonas e Áreas de Interesse Metropolitano são o objeto principal do Macrozoneamento. Trata-se daqueles espaços de definição supramunicipal em que a gestão não pode ser apenas do município ou do estado. Nesses espaços, é preciso que haja gestão compartilhada”, explica Monte-Mór.
As Zonas e Áreas de Interesse Metropolitano englobam as centralidades e eixos estruturantes metropolitanos, além de áreas industriais, complexos ambientais culturais, áreas habitacionais, espaços de ruralidade, entre outros a serem definidos. Uma das propostas é a de criação de uma "trama verde-azul", ideia originária da França cujo objetivo é articular espaços verdes, bacias hidrográficas, áreas de preservação e proteção, áreas de interesse ambiental e cultural, corredores de transporte, enfim, uma trama de espaços de interesse metropolitano. “Nossa proposta está relacionada à ligação e articulação dos cursos de água com um sistema de áreas protegidas de parques lineares urbanos e corredores ecológicos.”