Professores do Departamento de Comunicação Social da Fafich e o diretor geral da Escola Superior de Jornalismo de Moçambique, Tomás José Jane, estão reunidos esta semana na UFMG para acertar detalhes da criação de um programa de doutorado interinstitucional para titulação do quadro docente da instituição africana. A iniciativa é parte de um conjunto de esforços empreendidos pela UFMG nos últimos tempos para se aproximar da África. Entre as várias iniciativas, destacam-se o suporte à criação de uma universidade em São Tomé e Príncipe e cooperação para diagnóstico e tratamento da doença falciforme em Angola por meio do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad). A parceria foi formalizada em fevereiro do ano passado e agora os docentes das duas instituições trabalham para implantá-la. Segundo o professor Tomás, o projeto será encaminhado para a aprovação da Capes no mês que vem. Ainda este ano, professores do Departamento de Comunicação irão a Moçambique fazer uma pré-seleção de candidatos. A seleção definitiva ocorrerá em janeiro de 2015, e o curso deverá começar com 12 alunos. A parceria prevê a vinda de estudantes moçambicanos para UFMG e, a partir de 2016, a ida de brasileiros para o país africano. “Com esse programa, esperamos responder os desafios de qualificação de nosso quadro docente”, afirma o professor Tomás Jane, que é o único dos quatro doutores em regime de dedicação exclusiva da escola. Os outros três dividem sua jornada de trabalho com outras instituições de ensino e empresas do país. Outros 12 professores da escola possuem o grau de mestre. Com doutorado em comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo, Tomás Jane desenvolve estudos sobre rádios comunitários. Nesta quinta-feira, ele traçou, em palestra, um panorama das pesquisas na área em seu país. “Temos interesse em trabalhar questões relacionadas à comunicação para o desenvolvimento, com abordagens sobre jornalismo, comunicação organizacional, comunicação para o mercado, publicidade e marketing político e social”, enumera o diretor geral. Além da parceria com a UFMG, a Escola Superior de Jornalismo de Moçambique negocia com outras universidades brasileiras mecanismos de aceitação de professores em seus programas de pós-graduação, como USP, Metodista de São Paulo e Universidade Federal da Bahia. Mas é com a UFMG que está sendo estabelecida a cooperação mais consistente. Criada em 2008, a Escola Superior de Jornalismo de Moçambique é uma instituição pública mantida pelo governo. Conta com 500 alunos, sendo 410 em Maputo, a capital do país, e 90 em Chimoio, na província de Manica.