Ao encerrar o discurso de posse na noite desta sexta-feira, 16, a nova diretora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Andréa Mara Macedo, conclamou a comunidade a se unir em torno da construção de uma instituição mais sólida. “Somos a ponte entre os pilares passado e futuro: somos o presente. É preciso que estejamos unidos, confiantes e solidários para que essa ponte seja um caminho seguro, de construção de um ICB cada vez mais sólido e com uma beleza especial emprestada por cada um de nós”, disse. Na solenidade, a professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia e seu vice, Carlos Augusto Rosa, do Departamento de Microbiologia, foram empossados pelo reitor Jaime Arturo Ramírez para o mandato 2014-2018. A nova gestão prestou homenagem ao professor Tomaz Aroldo da Mota Santos, que agora se aposenta depois de quase 40 anos como docente da UFMG. Jaime Ramírez falou de sua satisfação por estar no cargo de dirigente máximo da Instituição e poder saudar Tomaz Aroldo, que “encerra seu mandato como diretor do ICB e sua brilhante carreira na UFMG”. “Dei de mim o melhor que pude. No campo profissional, aqui recebi o melhor que a vida pôde de me propiciar”, disse o professor, reitor da UFMG na gestão 1994-1998. Pujança adadêmica Também citou os mais de 200 alunos da pós-graduação stricto sensu, oriundos de 14 programas “consolidados e de altíssima qualidade, abrangendo as diferentes áreas de conhecimento da Biologia”. A professora comentou que, para além da formação de pessoal, um dos grandes destaques do ICB é a pujança da sua produção científica. “Desde a criação do Instituto, foram publicados mais de 14 mil artigos científicos em periódicos. No último triênio, ultrapassamos a marca de 1.100 artigos por ano”, citou, lembrando que tal desempenho corresponde a 29% dos artigos publicados em periódicos por toda a UFMG no mesmo período. Andréa Macedo observou que, embora o ICB seja uma unidade de pesquisa básica, os trabalhos desenvolvidos na Unidade apresentam forte aderência aos problemas do país, especialmente os relacionados com o meio ambiente, a saúde humana e animal e a biotecnologia. “E isso tem sido uma necessidade crescente da sociedade que nos ampara e financia. Nesse aspecto, ressalta-se a relevância do ICB também com a aplicação do conhecimento e com a inovação”, destacou. Segundo ela, nos últimos 18 anos foram depositadas 194 patentes oriundas de trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores do ICB, o que representa mais de 30% das patentes geradas pela UFMG. Também citou produtos e processos de interesse biotecnológico provenientes dessas patentes, que já estão sendo utilizados pela sociedade, dentre os quais vacinas, como a Leishvacin; alguns testes diagnósticos, como a padronização da Reação de Montenegro; testes de paternidade baseados em DNA; armadilhas para monitoramento de insetos vetores, como a MosquiTRAP; e leveduras para a produção de cachaça artesanal, como a Canamax, desenvolvida pelo novo vice-diretor, Carlos Rosa. Segundo Andréa Macedo, sua gestão pretende propiciar mecanismos mais apropriados de interlocução do ICB – por intermédio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) – e empresas de base tecnológica. “Isso vai potencializar a nossa contribuição para a inovação de processos e produtos, que é uma das vocações do Instituto”, disse, acrescentando também as atividades extensionistas por meio das quais o ICB também interage com a sociedade, a exemplo das iniciativas de divulgação de ciências, como o programa de rádio Na onda da Vida, Universidade das Crianças, Café Controverso, UFMG & Escolas, NeuroEduca e o Museu de Ciências Morfológicas. Solenidade A homenagem à vice-diretora Janetti Nogueira de Francischi foi feita pela professora Regina Maria De Marco Turchetti Maia. Em seguida, o professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão saudou a nova diretora. “Tanto a Andréa quanto o Carlos foram meus alunos, o que significa que uma nova geração está assumindo cargos na administração da Universidade”, constatou Beirão. Ele destacou a generosidade da professora ao decidir assumir cargos administrativos, que são “sempre um ônus” para quem tem vocação acadêmica, e disse que a trajetória e o dinamismo da nova diretora “nos fazem antever o rico período que o ICB vai viver”. Ao finalizar a solenidade, o reitor Jaime Arturo Ramirez externou à nova diretoria seus votos de sucesso e de uma gestão profícua, lembrando que cabe aos gestores observar fidelidade ao passado, “porque há valores inegociáveis”; atenção ao presente; e sensibilidade para com o futuro, “porque o que não sabemos ou não fazemos deve preponderar sobre o que já fazemos ou sabemos”. Ressaltou também a importância de “acolher e respeitar a memória e sempre trilhar caminhos inéditos”. O reitor afirmou que o ICB contará com o apoio integral da administração da Universidade, que se compromete a oferecer aos doutores recém-contratados pela unidade agilidade na aquisição de equipamentos e no provimento de pessoal de apoio para as atividades de pesquisa.
Reitor assina termo de posse, observado pelos professores Tomaz Aroldo, Janetti Francischi e Andréa Macedo
Ao destacar que o ICB é reconhecido por sua extraordinária contribuição na formação de pessoal, no desenvolvimento de pesquisa, na inovação e por sua crescente atuação na extensão, Andréa Macedo informou que o Instituto atende mais de cinco mil alunos de graduação em 19 cursos presenciais, além de um curso de ensino a distância.
A solenidade foi aberta com a execução do Hino Nacional Brasileiro pelo coral Cantáridas, do ICB, regido pelo maestro Lucas Viana e acompanhado pelo pianista Vitor Martins. Em seguida, três homenagens foram feitas ao professor Tomaz Aroldo da Mota Santos – pelo ex-aluno Rodrigo Correia Oliveira, pela servidora aposentada Rita de Cássia Soares e pelo professor emérito da UFMG, Nelson Monteiro Vaz.
Compareceram à solenidade dirigentes da UFMG e convidados externos