A Pró-reitoria de Graduação (Prograd) vai realizar, durante o processo de matrícula, censo para identificar estudantes com deficiência. O objetivo do levantamento é detectar as demandas desse público e planejar ações para integrá-lo ao ambiente universitário. A aplicação dos questionários começa nesta segunda-feira, dia 2, com o processo de matrícula dos alunos de pós-graduação, e se estenderá aos alunos veteranos de graduação a partir do dia 1 de julho. Calouros com entrada no segundo semestre responderão à pesquisa durante a matrícula no Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA). Todo o procedimento será feito através do Sistema Siga, no portal Minha UFMG. Ao acessar a página, os estudantes vão encontrar texto explicativo sobre a pesquisa e devem marcar se possuem algum tipo de deficiência. Em caso de resposta afirmativa, o sistema redirecionará o usuário para o questionário. Caso responda negativamente, o aluno prosseguirá com o processo de matrícula usual. Segundo Romerito Costa, da Prograd, a expectativa é que os dados coletados possam catalisar programas que serão desenvolvidos pela UFMG, tanto por iniciativas próprias quanto aquelas contidas no Programa Incluir, do Ministério da Educação. “A Universidade já dispunha de alguns dados sobre a população deficiente entre o corpo discente, mas muitas informações estavam incompletas, desatualizadas ou valiam-se de termos imprecisos para caracterizar o tipo de deficiência. O que fizemos foi elaborar questionário baseado na legislação brasileira e em referências internacionais de saúde, capaz de identificar quem são esses alunos e quais as suas necessidades”, explica. A pesquisa terá periodicidade semestral, com o objetivo de acompanhar a flutuação da demanda. De acordo com Romerito, o acompanhamento sistemático é necessário para ajustar o trabalho da Administração Central à realidade da comunidade acadêmica. “Com a pesquisa aplicada a cada semestre, é possível detectar se a população deficiente aumentou nos campi ou em unidades específicas, seja por motivo de acidente de trânsito ou doença, por exemplo”, diz. Além de Romerito, o grupo de discussão responsável pelo censo é formado pelas professoras Elidéa Bernardino e Rosana Passos (Fale) e Adriana Valladão (Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional). Também compõem o grupo os técnico-administrativos Vera Nunes (Centro de Apoio ao Deficiente Visual/Fafich), Lina Soares (Coordenadoria de Assuntos Comunitários) e Cristiana Klimsa (Núcleo de Comunicação e Acessibilidade/Cedecom). Para Adriana Valladão, que coordena o Laboratório de Tecnologia Assistida da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, os dados que serão obtidos podem subsidiar futuros projetos de ensino e pesquisa, além de iniciativas voltadas também para docentes e funcionários da Universidade. “O projeto pensa a adaptação ambiental em nível global. Poderemos, no futuro, direcionar a concepção de dispositivos de auxílio para os membros da comunidade acadêmica que precisam enfrentar longas distâncias dentro do campus, por exemplo, ou criar projetos de novas metodologias de ensino a serem aplicadas tanto em sala de aula como na formação de docentes e técnico-administrativos para lidar com a realidade dessas pessoas”, pontua.