O expediente acadêmico e administrativo nos campi Pampulha e Saúde, bem como na Escola de Arquitetura, na Faculdade de Direito, no Centro Cultural e no Conservatório UFMG, será suspenso no próximo sábado, quando as seleções de Colômbia e Grécia se enfrentam em partida da Copa do Mundo no Mineirão. A decisão, oficializada pela Portaria 107, de 27 de maio, foi ratificada por unanimidade pelo Conselho Universitário, em reunião realizada na tarde de ontem. Os conselheiros voltaram a apreciar a questão a pedido do reitor Jaime Ramírez, que encaminhou ao órgão máximo de deliberação da UFMG carta redigida por um grupo de manifestantes que desde a última sexta-feira ocupa o saguão da Reitoria, no campus Pampulha. O grupo listou um conjunto de reivindicações, entre as quais a abertura do campus à comunidade mesmo em dias de jogos no Mineirão. “O campus é um espaço público, mas seu fim é específico para ensino, pesquisa e extensão. Por esse motivo, o procedimento de restringir o acesso ao campus Pampulha em dias de grandes eventos no Mineirão vem sendo adotado mesmo antes da Copa das Confederações”, afirma Jaime Ramírez. Esse é também o motivo pelo qual o Reitorado decidiu não liberar o campus Pampulha para estacionamento ou embarque e desembarque de torcedores.
De acordo com o reitor, outras reivindicações constantes da carta assinada pelos manifestantes – como mudanças na política de assistência estudantil e a revisão do convênio mantido pela UFMG há duas décadas com a Polícia Militar – serão tratadas administrativamente em agosto, com o início do próximo semestre letivo.
Segurança
O Conselho Universitário também manteve posicionamento de apoio à decisão do Reitorado de que nos dias de jogos no Mineirão a segurança no campus será feita exclusivamente pela vigilância da Universidade. “Acertamos com os governos federal e estadual que não haverá efetivo policial ou das Forças Armadas no campus Pampulha. A prerrogativa dessa decisão é do reitor”, afirmou Jaime Ramírez.
O repúdio à presença de militares na Universidade é o principal motivo da permanência dos manifestantes no saguão da Reitoria. Segundo o reitor Jaime Ramírez, “o direito de manifestação é legítimo, respeitando os valores democráticos do nosso país e a Instituição. Mas, nesse caso, a ocupação não se justifica mais, tendo em vista que o Conselho Universitário reafirmou a prerrogativa da Instituição de decidir que o campus somente será utilizado para fins acadêmicos e não terá presença de efetivos militares”.