As diferentes formas de preconceito às quais estão submetidos atletas de diferentes modalidades esportivas serão tema de debate neste sábado, dia 14, às 11h, no Café Controverso do Espaço do Conhecimento UFMG. Sob o mote Unfairplay: racismo e homofobia no esporte, o evento tem entrada gratuita e participação dos membros do Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas (Gefut), da UFMG, Luiza Aguiar dos Anjos e Georgino Souza Neto. Georgino Neto, que é professor da Universidade Estadual de Montes Claros, vai apresentar breve histórico das ocorrências racistas no universo esportivo do Brasil, discutindo possibilidades de contextualização e compreensão do fenômeno no país. “Alguns casos são bem conhecidos, notadamente os que ocorreram no futebol, como, em partida entre o Barcelona e Villarreal, na Espanha, envolvendo o jogador Daniel Alves. Mas é importante pensar também que a existência de atletas negros em outras modalidades é infinitamente inferior. Essa disparidade também se configura como manifestação de uma cultura racista”, explica o professor. Para Luiza Aguiar, doutoranda do Centro de Memória do Esporte da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o racismo tem manifestações mais veladas do que a homofobia, mas ambas são constantemente negadas pelos clubes, ainda que sejam recorrentes. “Hoje, quando uma torcida chama um jogador de macaco, por exemplo, ninguém duvida de que isso é racismo. Nesse sentido, suas formas de manifestação se tornaram mais sutis. A homofobia, por outro lado, está tão naturalizada que muitas vezes é encarada como se fizesse parte da ‘cultura do torcer’", argumenta. A pesquisadora pretende oferecer um panorama de como as torcidas de clubes de futebol têm lidado com a questão da homossexualidade. “Entender a cultura torcedora é importante para entender as possibilidades de intervenção efetiva, até porque nem sempre as atitudes dos torcedores são conscientemente homofóbicas. A própria alcunha de ‘Maria’ dada ao torcedor do Cruzeiro é contestada por algumas pessoas. Atribuir feminilidade para questionar a sexualidade dos torcedores e, portanto, para ofender o adversário pode ser considerado preconceito ou não?” completa. (Com Assessoria de Imprensa do Espaço do Conhecimento)