Em reunião realizada na tarde desta terça-feira, 12, o Conselho Universitário decidiu pelo desligamento do estudante Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista e pela suspensão, por um semestre, dos alunos Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva, pelo envolvimento na aplicação de trote em alunos do primeiro período da Faculdade de Direito, em 15 de março do ano passado. A decisão segue recomendação feita por comissão encarregada de conduzir o processo administrativo disciplinar instaurado contra os estudantes. Integrada pelos professores Adriana Goulart de Sena Orsini (presidente), Roberto Luiz Silva e Mariah Brochado Ferreira, todos da Faculdade de Direito, a comissão atuou em consonância com o Regimento Geral e com o Estatuto da UFMG. A comissão trabalhou no caso desde 7 de outubro de 2013, quando foi designada por meio de Portaria assinada pela diretora da Faculdade de Direito, Amanda Flávio de Oliveira. Repercussão Em seu parecer, a comissão observou que as imagens “são repulsivas e remontam a situações simbólicas de discriminação histórica, além de atentar contra as conquistas da liberdade, igualdade e diversidade garantidas juridicamente, o que não pode ser olvidado, especialmente em uma faculdade de direito”. O reitor Jaime Ramírez considerou adequada a punição imposta aos estudantes. “A Universidade tem uma responsabilidade perante a sociedade e a comunidade, e atos como esses não podem ser tolerados. O trabalho da comissão e a decisão do Conselho Universitário vão ao encontro de medidas adotadas recentemente, como a resolução que proíbe trotes estudantis e a instalação de comissões para analisar questões como os direitos humanos e o combate à discriminação, a adoção de regras para uso do nome social e a acessibilidade”, lembrou. “Todas elas são coerentes com os esforços empreendidos pela UFMG para criar cada vez mais um ambiente inclusivo e de respeito à diversidade e à diferença”, concluiu Jaime Ramírez.
Pelo menos duas fotografias amplamente veiculadas na época do trote pelas redes sociais e pela imprensa causaram grande repercussão e indignação. Na primeira, um calouro está amarrado em uma pilastra e, ao seu lado, três colegas fazem a clássica saudação nazista com o braço direito erguido. Na outra, uma estudante pintada de preto aparece acorrentada por um veterano com a inscrição "Caloura Chica da Silva”.