Os valores políticos que orientam as ações da comunidade hacker serão discutidos no Café Controverso deste sábado, 23, às 11h, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. Os convidados são Raquel Camargo, do grupo Transparência Hacker, e Carlos Henrique Falci, professor da Escola de Belas-Artes. O evento é aberto ao público. Seguindo essa linha de raciocínio, Raquel Camargo pondera que a prática hoje está mais associada a denúncias de mau uso do dinheiro público. “É uma perspectiva mais fiscalizadora, o que, acredito, pode mudar visto que os próprios governos tendem a trabalhar numa lógica de maior transparência e participação social”. Para ela, contextualizar o termo ajuda a desmitificar a imagem que algumas pessoas ainda têm do hacker. “Hackear significa reapropriar, tornar de acesso público o que é de direito e comumente tratado como bem privado. Nenhuma das nossas ações é ilegal. O que fazemos é criar canais para que as pessoas encontrem informações ou serviços de difícil acesso que deveriam estar ao alcance de todos”, conclui Raquel Camargo. O Espaço do Conhecimento UFMG está localizado no Circuito Cultural Praça da Liberdade. Mais informações pelo telefone (31) 3409-8350.
Segundo Carlos Falci, a visão que a sociedade tem do hacker foi mudando ao longo dos anos. “Quando surge, o hacker é o sujeito que descobre o código e o quebra, liberando os dados para a utilização de todos. Hoje o ‘quebrar o código’ não está necessariamente ligado à ideia de expor as pessoas, mas de trazer à tona questões de interesse público, que nem sempre estão acessíveis”, diz.