Fotos de Foca Lisboa/UFMG |
Vencedor do Prêmio Marcos Luiz dos Mares Guias de Pesquisa Básica, o professor do Departamento de Física da UFMG e pesquisador em nanotecnologia Marcos Assunção Pimenta declarou que o país, para ser forte econômica e socialmente, deve investir na ciência básica de qualidade, “ainda que a aplicação tecnológica e o produto final chamem mais atenção”. A cerimônia de premiação, que ocorreu na tarde de hoje no auditório da Reitoria, marcou também a assinatura do memorando de entendimento entre a Universidade, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para a criação do Centro de Treinamento de Projetistas e de Tecnologias de Fabricação de Circuitos Integrados de Belo Horizonte (CT-BH), além da abertura da segunda edição da Feira Brasileira dos Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas (Febrat). Em seu pronunciamento, Marcos Pimenta relembrou parte de sua trajetória de 37 anos como graduando, pesquisador e professor do Instituto de Ciências Exatas da UFMG. “Eu era estudante de engenharia, mas migrei para a física quando ouvi a palestra do professor Ramayana Gazzinelli, pioneiro, em Minas Gerais, no estudo físico da matéria”, disse. Ele também destacou a contribuição de outros mestres, como os professores Alaor Silvério Chaves, José Luís Alves, Geraldo Alexandre Barbosa e Mildred Dresselhaus, que o introduziu no estudo dos nanotubos de carbono, durante seu curso de pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em 1997. “Dedico este prêmio a meus professores, colegas e alunos do Departamento de Física, ambiente cordial e harmônico que me possibilitou chegar até aqui”, disse Marcos Pimenta. O professor João Batista dos Mares Guia, irmão do patrono da premiação, falou sobre o temperamento do cientista mineiro, que pesquisou a insulina sintética. “Com seu discurso espontâneo, bem-humorado e gentil, Marcos Luiz proporcionava a todos as alegrias e os prazeres da inteligência”, descreveu. Falecido em 2002, o homenageado era, na definição de João Batista, uma “fortaleza moral nas horas mais desafiadoras”. Representando o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão, do ICB, destacou a importância da pesquisa básica como motor da “efetiva inovação, em vez da mera adaptação de conhecimento existente em outras partes do mundo”. Laços mais estreitos O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina, reitor da UFMG na gestão 2010-2014, ressaltou que a pesquisa científica deve ser pautada pelo trabalho coletivo e cumulativo, combinando solidariedade e compromisso com o futuro. “Nem sempre os resultados são obtidos em curto prazo”, disse ele, evocando a sólida trajetória do professor Marcos Pimenta.
Em seu pronunciamento, o reitor Jaime Ramírez saudou o estreitamento dos laços da Universidade com o governo estadual na área de ciência, tecnologia e inovação. “Hoje já é possível levar a pesquisa científica dos institutos públicos às empresas privadas”, disse.
A partir da esquerda, Evaldo Vilela (Fapemig), Marcos Pimenta, Clélio Campolina e Vicente Gamarano, secretário em exercício de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior