Com o tema Arte, corpo e pesquisa na cena: experiência expandida, o congresso reunirá pesquisadores, professores, artistas e estudantes de todo o país. Segundo o professor Arnaldo Alvarenga [foto], coordenador do curso de Dança da Belas Artes (EBA) e presidente da Abrace, a escolha do tema se relaciona com a ideia do corpo que extrapola os limites das cenas tradicionais. “É preciso pensar como esse corpo ocupa o lugar nas montagens, nas práticas corporais e na cena produzida não só no Brasil, mas também em outros países”. A programação incluirá apresentações dos 12 Grupos de Trabalho (GTs), atividades entre os GTs que favorecem diálogos transversais, Jornada de Novos Pesquisadores, mesas temáticas, oficinas e participação de três convidados de associações profissionais internacionais e três nacionais das áreas de dança e teatro. O professor Alvarenga ressalta a importância da Jornada de Novos Pesquisadores, da qual participarão acadêmicos em início de carreira. “É a primeira vez que essa atividade ocorre dentro do Congresso. As apresentações podem ser realizadas de forma tradicional ou demonstradas cenicamente, o que faz muita diferença nos modos de apresentação de pesquisa na nossa área”, explica. O coordenador do evento também destaca as duas oficinas ministradas pelos professores Regina Miranda (Instituto Laban) e Bruce Barton (Universidade de Toronto). “As vagas são limitadas, mas as atividades, desenvolvidas no palco, estarão abertas para audiência. Quem não participar pode acompanhar os processos desenvolvidos pelos professores”, garante. Documentários Dançar está focalizado na obra de Helenita Sá Earp, que inseriu a dança nas universidades do Brasil no fim da década de 1930. O roteiro resgata entrevistas com personalidades que foram alunas ou que conviveram com Helenita e gravações das turnês realizadas nos Estados Unidos e Europa, reproduz fragmentos de coreografias consideradas inovadoras pela crítica especializada, e aborda a pesquisa de Helenita sobre princípios e processos para a criação e o ensino da dança que integra aspectos da ciência, da arte e da educação como processos entrelaçados. Olhares múltiplos De acordo com Alvarenga, a primeira gestão na UFMG (2006-2008) fortaleceu a consolidação do programa de pós-graduação da EBA, possibilitando a criação de uma linha específica de pesquisa: “Os congressos que a Abrace organiza favorecem a ampliação das discussões e o estabelecimento de contatos com pessoas de outros lugares, outras realidades e experiências. Essa troca viabiliza discussões profícuas, que ampliam os nossos entendimentos, trazendo diversidade e multiplicidade de olhares sobre o fazer artístico e a pesquisa nas artes da cena”. A participação discente também foi essencial na organização do evento. Foram criadas duas disciplinas para o acompanhamento do congresso que contaram não só com a participação de alunos de teatro e dança, mas também de estudantes de outras áreas. Refletir sobre o lugar que o corpo ocupa na cena contemporânea. Esse é o objetivo do 8º Congresso da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em Artes Cênicas (Abrace), que será realizado de 30 de outubro a 4 de novembro, no campus Pampulha (Escola de Belas Artes, Teatro Universitário e Centro de Atividades Didáticas). Conheça a programação.
Histórias da introdutora da dança nas universidades brasileiras e da dança negra no país também serão abordadas em dois documentários. Um filme de dança, dirigido pela cineasta, coreógrafa e diretora de espetáculos, Carmen Luz, narra a experiência de ser negro no Brasil e como essa condição afeta a arte dos dançarinos e coreógrafos afro-brasileiros.
A pesquisa em Artes Cênicas vem crescendo desde a criação da Abrace, em 1998, na Bahia. A partir daí, a associação teve sedes em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Florianópolis. Pela segunda vez, o “QG” da entidade está em Belo Horizonte – o mandato da atual diretoria vence no fim deste ano.