Foca Lisboa/UFMG |
Caberá aos estudantes de hoje, que serão os educadores e grandes profissionais do futuro, desconstruir a prática de exclusão feminina que afasta mulheres das posições de destaque do mercado produtivo brasileiro e do ambiente acadêmico de ponta. Com esse recado, Sandra Goulart Almeida, vice-reitora da UFMG, deu início ao Fórum Internacional: Mulheres em Ciências e Engenharia, que ocorre durante todo o dia de hoje no auditório da Reitoria, campus Pampulha. O evento, que fomenta a discussão sobre a importância da diversidade e o papel da mulher nas ciências e na engenharia, é uma iniciativa do Programa de Pós-graduação em Química da UFMG em parceria com a Boeing Brasil, empresa que tem dedicado especial atenção à questão. A Boeing já realizou outras duas edições do evento no Brasil, na UFRJ e na USP. Durante a manhã de hoje, reuniram-se no auditório da Reitoria Carolyn Nichols, diretora da Boeing, Vanessa de Freitas Cunha Lins, professora do Departamento de Engenharia Química da Escola de Engenharia, e Heloisa de Oliveira Beraldo, professora do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas, que reportaram suas trajetórias profissionais e de pesquisa. Educação é o caminho “Na minha época de estudante, participei de iniciativas parecidas. E elas foram decisivas para o início da minha carreira. Quando fui procurar emprego, eu já estava perto da formatura. Foi por meio dessa experiência acadêmica que eu tive a oportunidade de ser entrevistada na Boeing”, conta. Após Carolyn repassar os principais projetos de aeronaves nos quais teve participação, as professoras Vanessa e Heloisa relataram as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas na UFMG em suas áreas e discutiram a presença feminina nos ambientes científicos. Após as apresentações, os estudantes puderam fazer perguntas. Potencial estratégico para o desenvolvimento O Fórum Internacional: Mulheres em Ciências e Engenharia continua na tarde de hoje, no auditório da Reitoria. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-5732.
A diretora da Boeing destacou que talvez seja a única mulher negra à frente de tão vultosos projetos e programas de aeronaves no mundo, lembrando o caráter excepcional de sua condição. Em sua fala, Carolyn citou os projetos existentes na UFMG no contexto do curso de engenharia, como a produção de aeronaves para competir em disputas de aerodesign, destacando a importância dessas vivências acadêmicas para que a futura inserção da mulher em sua carreira seja mais fácil – ou menos difícil.
Em sua fala, Sandra Goulart Almeida (em foto de Foca Lisboa/UFMG) citou o relatório Global gender gap report, do Fórum Econômico Mundial deste ano: “como as mulheres representam metade da base potencial de talentos de um país, a competitividade de uma nação em longo prazo depende significativamente de como se educa e se utiliza a mão de obra feminina." Nesse sentido, para a vice-reitora, o relatório chama a atenção para a “forte relação entre a diferença entre gêneros em um país e seu desenvolvimento econômico."