Fotos de Foca Lisboa/UFMG |
Cerca de R$ 36 milhões serão investidos no projeto do Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono (CT-Nanotubos), cuja sede será construída no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec). Em cerimônia na manhã desta quarta-feira, no auditório do Parque, foi lançado o projeto da construção, que deve ser concluída em dois anos. A instalação do CT-Nanotubos busca intensificar a produção nacional de nanotubos de carbono e o avançar nas pesquisas relacionadas ao uso desse insumo. A sede do CT-Nanotubos no BH-Tec terá 2,5 mil metros quadrados de área construída, em espaço dedicado a projetos de ciência e tecnologia da UFMG. Para o reitor da Universidade, Jaime Ramírez [foto abaixo], com esse centro de tecnologia, projeto inédito no Brasil, a UFMG inaugura um momento novo de sua atuação na sociedade. O reitor também destacou a importância de investir em projetos que promovam interação entre Universidade e sociedade. “A tecnologia que a UFMG desenvolveu vai ser aplicada em produtos desenvolvidos pelas empresas parceiras, o que significa que haverá transferência dessa tecnologia produzida na instituição para a sociedade. É isso que se espera de uma universidade no século 21”, pontuou Jaime Ramirez. Além do professor Marcos Pimenta e do reitor Jaime Ramírez, participaram da cerimônia de lançamento a gestora executiva do BH-Tec, Mariana de Oliveira Santos; o diretor de Planejamento Gestão e Finanças da Fapemig, Paulo Kleber Duarte; o presidente da Fundep, Alfredo Gontijo; o gerente setorial do Departamento de Indústria Química do BNDES, Felipe Pereira; o gerente geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras, Luiz Augusto Petrus Levy; o gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Sustentabilidade da InterCement, Seiiti Suzuki. O que são os nanotubos de carbono Parceiros e pesquisadores A equipe de pesquisadores, coordenada por Marcos Pimenta, é composta por Glaura Goulart Silva, Hállen Daniel Calado e Rodrigo Lavall, professores do Departamento de Química do ICEx; Luiz Orlando Ladeira, Rodrigo Lacerda, André Ferlauto e Luis Cançado, professores do Departamento de Física do ICEx; Ary Corrêa Junior, professor do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB); José Márcio Calixto, professor da Escola de Engenharia.O professor Marcos Pimenta [foto ao lado], do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) e coordenador geral do projeto, ressaltou que o objetivo do centro tecnológico é promover “interseção entre o meio acadêmico e os setores público e empresarial”.
“Estamos acostumados a cumprir o papel de formar bem os alunos, fazer pesquisas de qualidade e a desenvolver projetos de extensão. O CT-Nanotubos representa um avanço nesse sentido, pois é fruto de um projeto de pesquisa da Universidade desenvolvido há quase 20 anos, que contribuiu para a formação de recursos humanos e para promover o avanço do conhecimento. Este momento representa um passo à frente, pois o projeto se transforma em uma empresa incubada”, explicou.
Energia, eletrônica, medicina e indústrias química e petroquímica são as áreas onde ocorre a aplicação industrial dos nanotubos de carbono. Com estrutura cilíndrica formada por átomos de carbono, essas moléculas possuem diâmetro que corresponde à bilionésima parte do metro (um nanômetro), característica que lhes assegura propriedades diferenciadas quanto à resistência mecânica e à condutividade elétrica e térmica. A simples adição de 0,5% de nanotubos em determinados materiais pode aumentar sua resistência em até 20 vezes. Parte significativa da produção mundial desse material se destina ao revestimento de carcaças plásticas de componentes eletrônicos.
O projeto será financiado com recursos do Fundo Tecnológico do BNDES, da Petrobras e da InterCement, empresa do Grupo Camargo Corrêa que atua na produção de cimento. O CT-Nanotubos também conta com o apoio da Fapemig e da Fundep.