A funcionalidade, a integração e a qualidade ambiental do Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1) tornaram o edifício uma referência entre os espaços de ensino no Brasil. O prédio foi o vencedor do prêmio O Melhor da Arquitetura, categoria Escolas e universidades, da revista Arquitetura & Construção. O concurso tem os objetivos de prestigiar os projetos arquitetônicos realizados no Brasil e destacar a criatividade dos arquitetos do país. Nesta edição, foram eleitos os melhores projetos em 17 categorias. Os vencedores receberão troféus e terão seus projetos apresentados em edição especial da revista. O prédio Para alcançar a eficiência espacial por meio do planejamento arquitetônico, o projeto trazia como proposta principal a criação no câmpus de espaços físicos de uso compartilhado. “Esse modelo favorece a troca de experiências, a interdisciplinaridade e a racionalização dos usos infraestruturais”, afirma Edgardo Moreira Neto, diretor em exercício do Departamento de Planejamento Físico. Com área total de 8.662 metros quadrados, o edifício é formado por quadro blocos, todos feitos em concreto armado, revestido e com pintura acrílica, que asseguram facilidade na utilização e manutenção simples e econômica aos espaços. O CAD 1 possui três auditórios, fundamentais na elaboração da proposta, como explica o arquiteto Geraldo Ângelo Silva Dinho: “Uma das preocupações era garantir instalações que suprissem as carências de alguns tipos de espaço no câmpus, como os auditórios com bancadas, até então inexistentes”. Ele lembra ainda que os auditórios foram posicionados de modo a funcionar independentemente das salas de aula. O prédio, situado entre a mata preservada da Universidade e o Instituto de Ciências Biológicas (ICB), foi projetado para se adequar ao terreno disponível para a construção, no sentido Nordeste-Sudoeste do câmpus Pampulha. Edgardo Moreira explica que o local condicionou alguns princípios básicos do projeto, como a orientação das salas em um único lado, para proteger as paredes da insolação, e as varandas de circulação que se abrem para a mata, promovendo integração com o entorno. “O afastamento de 30 metros da rua Baeta Viana contribui ainda para minimizar o impacto do ruído do trânsito local. Além disso, a faixa de terreno entre a garagem e o passeio possui densa arborização, beneficiando também as condições ambientais do edifício”, completa o diretor da Proplan. Tradição de planejar Além da professora Maria Lúcia Malard, o projeto do CAD1 tem como autora a arquiteta Maria Cristina Furlan. As arquitetas Renata Siqueira e Alenka Cencic assinam, respectivamente, os projetos executivo e paisagístico do edifício, cujo cálculo estrutural ficou a cargo do engenheiro Roberto Fontes. O responsável técnico é o engenheiro William Silva, enquanto a engenheira Luana Souza Lima ficou responsável pela execução da obra.
O Centro de Atividades Didáticas das Ciências Naturais (CAD 1) foi concebido pelo Departamento de Planejamento Físico e Projetos da Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (Proplan), sob a coordenação da professora Maria Lúcia Malard, da Escola de Arquitetura.
Segundo Edgardo Moreira, a estrutura físico-espacial da UFMG se baseia em uma sólida tradição de planejamento. “Somente por meio do planejamento físico sistematizado e comprometido com o avanço da Universidade, aliado aos cuidados sociais e ambientais, é possível garantir a qualidade espacial. A preocupação em construir espaços públicos de qualidade demonstra o compromisso da UFMG com o bem coletivo”, finaliza.