O Observatório da Saúde Urbana de Belo Horizonte (Osubh) inicia, neste mês, a primeira etapa do estudo Modos e estilos de vida e saúde – estudo das Academias da Saúde e similares em municípios brasileiros: da compreensão do programa à efetividade das ações (Move-se Academias). O projeto é realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da UFMG, da Universidade Federal de Pelotas e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Durante essa primeira fase, que vai até dezembro, serão realizadas entrevistas com moradores do entorno geográfico dos dez polos das Academias da Cidade (AC), distribuídos pelas nove regionais de Belo Horizonte, usuários ou não do programa. O objetivo, inicialmente, é traçar um perfil dessas pessoas, com base em critérios sociodemográficos, de estilo e qualidade de vida e de saúde, além de analisar ambiente físico e social do local de moradia, aderência e grau de satisfação com o programa. Segundo uma das coordenadoras da pesquisa, a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina Waleska Caiaffa, foram sorteadas para visitas 2.860 residências, nas quais um adulto, de 18 anos ou mais, será também sorteado para responder ao questionário. Além disso, o sorteado passará por avaliações (peso, altura, circunferência da cintura, pressão arterial e exame de sangue). Todas as informações obtidas nesse inquérito contribuirão para maior compreensão do Ela explica, ainda, que a pesquisa busca colher resultados científicos que serão divulgados não apenas para a população, mas também aos gestores da saúde. “Nas cidades com locais agradáveis e propícios à pratica de atividade física, em geral, as pessoas se exercitam mais, com repercussões benéficas para a saúde cardiovascular, além de apresentarem melhora no humor e no convívio com o próximo”, argumenta Waleska. Academias da Cidade Todas as atividades são gratuitas e monitoradas por profissionais de Educação Física. As aulas seguem planejamento trimestral, e os exercícios são feitos com steps, colchonetes, bastões, bolas, arcos, caneleiras, goma elástica, cordas e pesos alternativos construídos com garrafas pet e areia. São realizadas também aulas de dança, caminhada orientada e eventos comemorativos. (Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG)
Programa Academias da Cidade, da Prefeitura de Belo Horizonte, e poderão oferecer subsídios para a gestão dessa política. De acordo com Waleska Caiaffa, do ponto de vista da saúde urbana e saúde pública, muitas intervenções são realizadas no espaço urbano com objetivo de propiciar que as pessoas exerçam atividades que possam ter impacto positivo em sua saúde. “Alguns estudos têm mostrado que essas intervenções às vezes beneficiam não apenas aqueles que se envolvem com elas diretamente, mas outras pessoas que, por uma série de razões, mudam seus hábitos e são incentivadas a se exercitar com amigos e familiares”, afirma a professora.
Desde 2006, a Prefeitura de Belo Horizonte pôs em funcionamento uma rede de academias, desenvolvida pela Secretaria Municipal da Saúde, para quem deseja melhor qualidade de vida sem gastos financeiros. O programa, que atualmente conta com 59 unidades distribuídas pela cidade, tem o objetivo de melhorar a saúde e prevenir doenças.