A obra discute a questões que, segundo Matos, são evitadas pela “filosofia universitária”. O autor foi movido pelo “desafio de saber se é possível uma comunidade humana sem divisões entre oprimidos e opressores e de discutir seriamente o papel da violência revolucionária (ocupações, ação dos black blocs, greve geral, desobediência civil)”. Andityas Costa Matos explica que trabalho, espetáculo e especulação “garantem a naturalização e celebram a glória do mecanismo global capitalista”. Segundo ele, cabe à filosofia radical propor novas formas de produção de riquezas “que não estejam conectadas ao trabalho, entendido como outra face do capital e, portanto, tão opressivo quanto este”. Matos afirma que é preciso denunciar a natureza espetacular do discurso que a ordem faz sobre si mesma, “trazendo à luz suas fraturas e pontos fracos, o que só pode ser feito a partir de uma concepção de história não linear e comprometida com a tradição dos oprimidos”. Ele defende também que a filosofia radical deve desmascarar a retórica dos direitos humanos universais. “Mais do que produzir transformações sociais efetivas, essa retórica garante a manutenção do sistema capitalista, para o qual mais direitos – inclusive sociais! – significam mais Estado e, por consequência, mais violência ‘justificada’”. Filosofia radical e utopia tem 308 páginas e preço de capa de R$ 52. O evento de lançamento terá início às 11h, no Espaço Comum Luiz Estrela (Rua Manaus, 348, bairro Santa Efigênia).
O professor Andityas Soares de Moura Costa Matos, da Faculdade de Direito, lança neste sábado, 22, em Belo Horizonte, Filosofia radical e utopia: inapropriabilidade, an-arquia, a-nomia (editora Via Verita).