Com o tema Parque Nacional da Serra do Gandarela: vitória ou derrota?, o Café Controverso deste sábado, 22, recebe a integrante do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela, Maria Teresa Viana de Freitas Corujo e a professora Janise Bruno Dias, do Departamento de Geografia do IGC. Em outubro deste ano, foi criado o Parque Nacional da Serra do Gandarela, após longo período de negociações com instituições e com a sociedade civil. Com área de 31 mil hectares, o parque está localizado nos municípios de Nova Lima, Raposos, Caeté, Rio Acima, Mariana, Ouro Preto, Santa Bárbara e Itabirito. A reserva foi demarcada com o objetivo de preservar o patrimônio biológico, geológico e hidrológico da região. Entretanto muitos dos atores envolvidos nas negociações reivindicam que não há motivos para celebrar. A acusação é de que os limites propostos inicialmente foram radicalmente modificados e não atendem os objetivos da Unidade de Conservação e às demandas da sociedade e das comunidades locais. “O que pode ser considerado uma vitória é o fato de que, no início do movimento, não havia perspectiva de se criar uma unidade de conservação ou de preservação naquela área. Passados sete anos, temos um parque nacional, que, no entanto, não contempla as áreas prioritárias para preservação. Perdemos nossa reserva hídrica e a área de maior biodiversidade", lamenta a professora Janise Dias. Para Maria Teresa Viana, mais conhecida como Teca, a criação do Parque reflete uma desconexão com os processos de negociação e luta que o precederam: “Embora seja uma reserva de 31 mil hectares, ela deixa de fora a maior parte do Serra do Gandarela, tudo aquilo que justificava sua criação. E pior: tornou parque nacional áreas em que as comunidades locais vivem, desenvolvem atividades de renda e que reivindicavam sua transformação em reserva de desenvolvimento sustentável. O que observamos é que os limites fixados visam atender claramente os interesses das grandes empresas de mineração”, conclui. O evento será realizado às 11h, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. A entrada é gratuita. Mais informações podem ser obtidas no site do museu. (Com Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento UFMG)