A estudante de Comunicação Social Ana Luisa Macedo passou boa parte do segundo semestre do ano passado em intercâmbio na Universidade do Porto (UP), em Portugal, beneficiada pelo Programa Minas Mundi da UFMG. Durante os quatro meses em que lá permaneceu, ela pôde perceber com clareza as diferenças culturais e acadêmicas entre a universidade portuguesa e a UFMG. “Na UP, os alunos podem usar todos os laboratórios, a qualquer hora, se não houver alguma aula sendo ministrada. Por outro lado, aqui na UFMG estimula-se mais o senso crítico e a reflexão sobre os conteúdos”, compara a estudante. Ao todo, 261 estudantes participaram do programa no ano passado. A possibilidade de vivenciar modelos e experiências de ensino e compará-los com as práticas da instituição de origem é uma das grandes vantagens de programas de intercâmbio como o Minas Mundi, gerenciado pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFMG. A iniciativa promove, durante um semestre letivo, a mobilidade de estudantes em universidades parceiras nos Estados Unidos, no Canadá, na América Latina e na Europa. O aproveitamento dos créditos cursados no exterior varia a critério de cada curso da UFMG. Segundo Heidi Louwerens, uma das responsáveis por intercâmbios na DRI, somente no ano passado, 67% dos participantes do Minas Mundi foram contemplados pela Universidade com passagens de ida e volta, além de uma bolsa mensal. Tais benefícios são sujeitos à avaliação socioeconômica do estudante. Compromisso e trabalho “Aqui, o tempo de aula é menor, mas há muitos trabalhos e conteúdo para estudar em casa”, conta Jessica, que concluirá no mês de abril o período letivo de inverno, antes de regressar. O crescimento pessoal e a ampliação da rede de contatos profissionais são conquistas mencionadas pela estudante de Engenharia Metalúrgica Isabella Joviano. Participante do CsF durante o ano de 2014, ela frequentou a Colorado School of Mines, em Golden, também nos EUA. “Graças ao intercâmbio, tornei-me mais comprometida com o meu curso e ganhei confiança para lidar com os desafios impostos pelo mercado”, testemunha Isabella. Financiado pelo governo federal, o CsF, também restrito a alunos de graduação, não envia estudantes brasileiros para outros países de língua portuguesa e exige proficiência no idioma do país de destino. Todos os participantes recebem bolsa no valor de R$ 60 mil para um ano de intercâmbio. Outras possibilidades Um desses programas é o Escala Estudantil, por meio do qual a UFMG recebe e envia o mesmo número de alunos aos países parceiros, preferencialmente com correspondência entre os cursos. As vagas e os cursos contemplados são definidos anualmente pelos delegados assessores da AUGM. A duração é de seis meses. As Jornadas Jovens Pesquisadores, por sua vez, tem o objetivo de promover o relacionamento e impulsionar o trabalho conjunto entre pesquisadores dos países integrantes da AUGM. A Pró-Reitoria de Pesquisa seleciona anualmente 40 trabalhos da UFMG, que são apresentados e premiados em evento de três dias no país-sede. Já o programa Erasmus Mundus, gerenciado pela União Europeia, mantém diversos projetos anuais de seleção de estudantes para mobilidade naquele continente, pelo período de até dez meses. As áreas de estudo elegíveis são Engenharia, Tecnologia e Educação. O intercâmbio científico e cultural entre a UFMG e instituições colombianas é objeto do programa Bracol, que beneficia alunos selecionados com passagens, acomodação, refeição e transporte, além da isenção do pagamento de taxas escolares da instituição anfitriã. As informações sobre intercâmbios podem ser obtidas no site da DRI, pelo telefone 3409-4025 ou na própria unidade, no prédio da Reitoria. (Matheus Espíndola)
A estudante Jessica Rangel, de Engenharia de Produção, chegou em março de 2014 à universidade norte-americana Wayne State University (WSU), em Detroit, por meio do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF), de iniciativa do Governo Federal. Durante os seis primeiros meses, ela frequentou curso de inglês, que está incluído no programa. Em setembro, iniciou as aulas na graduação.
O estudante da UFMG também pode recorrer aos programas de intercâmbios relacionados no escopo da Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM), rede de cooperação de universidades públicas e autônomas do Brasil e de cinco países vizinhos: Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.