O programa de rádio Saúde com Ciência, produzido na Faculdade de Medicina e veiculado na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM), apresenta até sexta-feira, 13, série de reportagens sobre doenças que podem ser adquiridas por meio de contato com a saliva. O programa Carnaval responsável vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 5h, às 8h e às 18h. Chamada de “doença do beijo”, a mononucleose tem como agente causador o vírus Epstein-Barr, transmitido por meio do contato prolongado com a saliva de uma pessoa infectada. Disseminado em escala global, o vírus permanece latente no organismo do indivíduo após o contágio, podendo haver transmissão da doença mesmo com a ausência de um quadro clínico. “O período de incubação, que se estende entre a aquisição do vírus e o desenvolvimento da doença, pode variar de duas a quatro semanas. Mesmo que a pessoa esteja assintomática, o vírus está ali e ela pode transmiti-lo por meses e até anos”, afirma a professora Marise Fonseca, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG. “Assim como o vírus do herpes, a pessoa se contamina, pode manifestar clinicamente, ficar um tempo sem sentir nada e depois pode reapresentar a manifestação clínica. Isso é comum, no caso da mononucleose, em pessoas com alguma imunossupressão, seja por doenças ou medicamentos”, acrescenta a infectologista. Os principais sintomas são febre, dores na garganta e alterações nos gânglios. O diagnóstico pode ser feito de forma clínica ou laboratorial. Sobre o tratamento, que dura, em média, de uma semana a dez dias, Marise explica que ele é sintomático, com hidratação e antitérmicos, uma vez que não existe um medicamento específico para o vírus. Herpes Sendo assim, pacientes de enfermidades relacionadas a baixa resistência, como o HIV e a tuberculose, devem ter cuidado redobrado. Além dos tipos labiais, Naves comenta as herpes genitais. “Com a maior prática do sexo oral, a gente tem visto com frequência alguns tipos de herpes genital na boca ou de herpes da boca na área genital”, alerta. Em casos de crise, é recomendado o uso de antivirais para aliviar os sintomas. Candidíase (sapinho) “Quando ela ocorre na região genital, é mais comum em quem tem vida sexual ativa. A felação – boca nos órgãos genitais – pode provocar a transmissão de cândida para essa região também”, revela Marcelo Naves. Em tempos de Carnaval, o professor recomenda alguns cuidados: “A higiene pessoal é extremamente importante, tanto a da boca quanto a dos órgãos genitais, e é necessário ter controle sobre os parceiros”. O sapinho pode ser tratado por meio de medicamentos antifúngicos. O Saúde com Ciência é veiculado também em outras 93 emissoras de rádio, que abrangem as macrorregiões de Minas Gerais e os estados do Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos. (Com Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina)
Em geral, são duas as fases da doença: uma chamada de prima infecção, quando o indivíduo é infectado, e outra que é o período de latência, na qual o vírus permanece adormecido no organismo. O professor da Faculdade de Odontologia da UFMG Marcelo Naves detalha: “É uma virose que, a partir da prima infecção, a pessoa passa a ser portadora do vírus, que vai se manifestar ao longo da vida em momentos de muito estresse e baixa resistência”.
O popular sapinho é uma candidíase, uma infecção fúngica também relacionada à baixa resistência, principalmente em épocas de calor. É muito comum em crianças e idosos, mas os adultos mais jovens não estão isentos, pelo contrário: a infecção pode evoluir para um quadro de doença sexualmente transmissível (DST).
O programa pode ser ouvido também em www.ufmg.br/radio.