Foto: Foca Lisboa/UFMG “Estou muito honrado com a indicação e desafiado a colaborar na conclusão do processo de implantação de uma instituição com vocação para a solidariedade efetiva com a África e a superação das desigualdades em sentido amplo”, afirma o professor, reitor da UFMG de 1994 a 1998. Após tomar posse no Ministério da Educação, em Brasília, o novo reitor transfere-se para o Ceará. Instalada em maio de 2011 na cidade de Redenção, a cerca de 60 quilômetros da capital, a Unilab tem atividades acadêmicas também nos municípios de Acarape (CE) e de São Francisco do Conde (BA). Sua missão institucional é formar recursos humanos que contribuam para a integração do Brasil e os demais membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, especialmente os países africanos. “Sinto-me prestando um serviço ao país”, diz o professor, destacando que a superação das desigualdades é um dos grandes desafios para a humanidade. “Ao buscar cooperação com a África, a Unilab é coerente com a tendência de se pensar iniciativas para melhorar o mundo e para tornar as novas gerações mais felizes e fraternas”, afirma o ex-reitor da UFMG. Desafios “Também precisamos dar continuidade à construção de prédios que abrigarão atividades administrativas, acadêmicas e moradias estudantis, além do processo de institucionalização, com elaboração e aprovação de instrumentos de gestão”, afirma. Depois da aprovação do regimento geral da Universidade, que vai definir regras para a eleição de seu dirigente máximo, “ficam concluídos a implantação e o meu trabalho”, prevê o novo reitor. Trajetória Ao ser nomeado como reitor da Unilab, afirma que recebe a tarefa como uma mudança de vida e um desafio. “Tenho certo receio do novo, mas vou confiante”, completa. Graduado em Farmácia pela UFMG em 1968, obteve na mesma instituição o grau de Doutor em Ciências. Sua formação pós-doutoral foi realizada no Instituto Pasteur de Paris, entre 1986 e 1988. Em 1998, foi pesquisador visitante no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras (Portugal). Na década de 1970, lecionou bioquímica e biofísica na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (São Paulo). Na UFMG, foi professor de imunologia no Departamento de Bioquímica e Imunologia, de 1975 a 2014, onde atuou nos cursos de graduação e de pós-graduação. Foi também chefe de departamento e pró-reitor de extensão. Publicou trabalhos científicos em revistas nacionais e internacionais. Também presidiu a Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
O professor aposentado da UFMG Tomaz Aroldo da Mota Santos vai assumir a direção da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em substituição à professora Nilma Lino Gomes, também da UFMG, empossada no mês passado no cargo de secretária de Políticas de Igualdade Social. A nomeação de Tomaz como reitor pró-tempore da instituição foi publicada nesta sexta-feira, 13, no Diário Oficial da União.
Para desenvolver as atividades, o novo reitor diz contar com a colaboração de outras instituições brasileiras, como as universidades federais de Minas Gerais, do Ceará e do Recôncavo da Bahia. Ao citar o “diálogo” que tem ocorrido entre os cursos de agronomia da Unilab e da UFMG, oferecido no Instituto de Ciências Agrárias, em Montes Claros, Tomaz Aroldo conta que, em recente reunião, a vice-reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, reiterou o desejo do atual reitorado “de prosseguir nessa atitude cooperativa em relação à implantação e ao desenvolvimento da Unilab”.
Tomaz Aroldo da Mota Santos comenta que os reitores que o antecederam – Paulo Speller e Nilma Limo Gomes – deram grandes passos para a implantação da Unilab. A instituição já tem cursos em funcionamento e recebe mais de 600 estudantes de países africanos de língua portuguesa e do Timor Leste, que depois de graduados atuarão em seus países de origem. A meta é que os alunos estrangeiros ocupem 50% das vagas oferecidas pela instituição.
Quando finalizava seu segundo mandato como diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), em 2014, Tomaz Aroldo da Mota Santos se aposentou, depois de quase 40 anos como docente da UFMG. “Dei de mim o melhor que pude. No campo profissional, aqui recebi o melhor que a vida pôde me propiciar”, disse à época.