Você é a favor da experimentação animal? Essa é a pergunta que orienta o programa Café Controverso deste sábado, 21, no Espaço do Conhecimento UFMG. Na pauta, os avanços e os limites éticos que envolvem as pesquisas com animais, diálogo entre a sociedade e a comunidade científica, as mudanças nas leis e o amadurecimento filosófico em relação ao tema. O encontro reunirá os professores Márcio Dutra Moraes, do Núcleo de Neurociências da UFMG, e Sergio Cirino Dias, do Departamento de Psicologia da Fafich. O debate, que integra a programação da Semana Nacional do Cérebro, é aberto ao público e começa às 11h, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. Na avaliação do professor Márcio Dutra Moraes, a sociedade tem avançado bastante nessas discussões e demonstra mais amadurecimento, o que pode ser percebido na legislação vigente e na própria postura dos cientistas. “É razoável dizer que animais salvaram mais vidas do que qualquer linha de pesquisa desenvolvida até hoje, o que praticamente dobrou a expectativa de vida da humanidade”, avalia. Ele reforça, no entanto, que é preciso ter critérios. De acordo com o professor, não há justificativa para se usar animais em testes que já podem ser feitos de outras formas e enfatiza que a ética na conduta desses procedimentos é imprescindível. Debate filosófico O professor Sergio Cirino afirma que, em várias situações, é desnecessária a utilização de animais nas aulas demonstrativas de psicologia ou medicina. “É antiético sacrificar animais apenas para uso demonstrativo em sala de aula, na medida em que, do ponto de vista didático, há outras alternativas, principalmente quando as experiências reproduzem comportamentos ou reações já conhecidas”, explica. O Espaço do Conhecimento UFMG fica na Praça da Liberdade, 700, Funcionários. Mais informações podem ser obtidas no site do museu.
“O debate filosófico sobre como procedemos é que determinará como avançaremos. Quem pensa de forma dicotômica, como se tudo se resumisse a fazer ou não os experimentos científicos com animais, não compreende a complexidade da situação. São extremistas de um lado ou de outro que não contribuem positivamente para um debate que tem implicações muito sérias na saúde da humanidade, como o combate a doenças degenerativas, como Alzheimer, desenvolvimento de remédios e cura ou controle de inúmeras doenças”, pondera.