O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, visitou, na manhã desta sexta-feira, 8, no campus Pampulha, a exposição itinerante Sentimentos da Terra, fruto de parceria entre a UFMG, por meio do Projeto República, e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. “Temos todo o interesse em ampliar nossas parcerias com as universidades, em especial com a UFMG, pelo que ela representa para Minas Gerais e para o país”, disse o ministro, informando que conversou com o reitor Jaime Ramírez sobre novas frentes de cooperação, além do caminhão-museu, cujas exposições resgatam memórias da luta pela terra no Brasil. Segundo Patrus Ananias, o intuito é buscar ação integrada com a Universidade em outros projetos, como a ampliação de cursos no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Depois de ser recebido pelo reitor Jaime Ramírez e pela vice-reitora Sandra Goulart Almeida, o ministro percorreu os diversos ambientes do museu itinerante, com o professor Paulo César Lacerda Beirão, do Departamento de Bioquímica e Imunologia e atual diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, tendo como anfitriã a professora Heloísa Starling, do Departamento de História, idealizadora e coordenadora do Projeto Sentimentos da Terra. Memória Patrus Ananias assistiu a trechos de filmes, viu livros, recursos multimídia, teatro e outros atrativos do museu que, montado sobre quatro rodas, com tecnologia avançada e interativa, percorre o país desde março de 2013. “Tudo é mostrado de uma forma muito poética. E é muito bom ver que grandes artistas brasileiros, como Chico Buarque, Maria Betânia e Gilberto Gil, entre outros, emprestaram a sua solidariedade e seu talento a essa causa, narrando alguns dos vídeos que têm sido levados a diferentes regiões do país”, disse o ministro. Para ele, “é uma experiência gratificante ver jovens estudantes tomando conhecimento da realidade brasileira, sintonizados com essas questões fundamentais para o presente e o futuro do Brasil”. O estudante Michel Gontijo [foto abaixo], que visitou o museu na manhã desta sexta-feira com um grupo de colegas do Colégio Santa Marcelina [foto acima], de Belo Horizonte, comentou que a exposição ampliou sua visão sobre a questão agrária no país, “que não aparece muito na mídia, por ser polêmica, mas está no dia a dia de várias pessoas”. Revivendo a história No Espaço da Imaginação, podem ser consultados desde publicações e estudos sobre desenvolvimento rural até livros de arte relacionados ao tema. As instalações também estão equipadas com computadores conectados à internet. A exposição Gira-Gira, na parte lateral do veículo, narra, em grandes painéis, a trajetória de personalidades envolvidas com a questão agrária brasileira, como Dom Pedro Casaldáliga e Elisabeth Teixeira. “De todas essas figuras históricas eu só conhecia Leonel Brizola”, comentou o estudante Michel Gontijo. Em duas salas de cinema, são exibidos 11 documentários feitos com recursos de animação em computação gráfica, que utilizam pinturas, fotografias, gravuras, ilustrações e documentos históricos em sua composição. Os vídeos são narrados por expoentes da cultura brasileira, como Chico Buarque, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Regina Casé, entre outros. Toda a programação visual e cenográfica da exposição é assinada pelo designer e cenógrafo Gringo Cardia. A curadoria historiográfica está a cargo da professora Heloísa Starling, coordenadora do Projeto República da UFMG. Na estrada O cronograma das viagens e outras informações podem ser acompanhados na página Sentimentos da Terra, no Facebook. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-5513.
A visita se estendeu ao Projeto República, coordenado pela professora Heloísa Starling, em cujas instalações são desenvolvidas as pesquisas históricas e elaborados os recursos que compõem a mostra itinerante.
“O projeto Sentimentos da Terra já tinha sido apresentado a mim pela professora Heloísa, em Brasília. Hoje conheci pessoalmente o caminhão e fiquei muito bem impressionado. É um espaço esplêndido, pedagógico, no melhor sentido da palavra, que resgata a memória do Brasil por uma dimensão que muitas vezes é esquecida pela nossa historiografia, a luta pela terra”, disse o ministro.
A exposição, gratuita e interativa, oferece conteúdos de maneira inovadora, como a Tenda de Caracterização, na qual é possível vestir figurinos de personagens históricos relacionados à questão agrária no Brasil e registrar em fotos junto aos painéis temáticos montados no caminhão. Quem passar por lá pode se transformar em um barão do café, um padre jesuíta, um cangaceiro ou personagens míticos como Chica da Silva e Antônio Conselheiro.
O caminhão-museu Sentimentos da Terra encerra hoje, 8, estada de dois dias no campus Pampulha. A exposição visitou 16 cidades em vários estados brasileiros, tento percorrido 20 mil quilômetros. Mais de 25 mil pessoas já conheceram a mostra.