Fotos de Foca Lisboa/UFMG |
“Esse encontro pretende suscitar debates sobre a importância da inclusão e fazer emergir as contradições existentes na Universidade sobre esse tema”, disse a pró-reitora. “O campus deve se tornar cada vez mais permeável a todos os setores da sociedade”. Com o tema UFMG: espaço de inclusão? Desafios da interação entre campus-cidade-campo, a Jornada teve o objetivo de compartilhar experiências de extensão desenvolvidas em várias frentes pela UFMG. Nesta edição, o evento contou também com a participação dos representantes de projetos desenvolvidos no âmbito do Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros. O reitor Jaime Ramírez, por sua vez, destacou a importância de se compartilhar na comunidade acadêmica o aprendizado gerado pelos movimentos sociais. Ele assegurou ainda que as bolsas concedidas pela UFMG aos projetos de extensão não sofrerão cortes em 2015, a despeito do atual cenário de dificuldades financeiras. Depoimentos Beneficiada pelo Observatório dos Conflitos Ambientais: tecnologias e justiça ambiental, desenvolvido no âmbito da Fafich, Patrícia Generoso, moradora do município de Conceição do Mato Dentro, falou sobre o apoio da Universidade à comunidade local, que sofre impacto social e ambiental das atividades de mineração. “Por meio de assessoria, oficinas de elaboração de documentos e orientação para denúncias, o projeto ajuda a comunidade a ser protagonista", disse. A interlocução com o Vale do Jequitinhonha, especialmente com a memória dos artesãos da região, é o escopo de atuação do projeto Saberes Plurais. O bolsista Robson Paulo dos Santos esclarece que a iniciativa é movida pela importância de se “mostrar ao mundo como esses artistas vivem, contar suas histórias”. Boas práticas A situação dos universitários integrantes de minorias econômicas e políticas é foco do projeto Trajetória de alunos egressos de escolas públicas, negros e indígenas. A bolsista Carla Beatriz destacou que é importante abordar a dimensão política da trajetória desses estudantes. “Trabalhamos com os alunos cotistas a partir da vivência que perpassa não somente o acesso, mas também a permanência na universidade, como o que envolve as políticas de assistência”, explica. A discussão sobre os desafios inerentes à relação campus, cidade e campo pode resultar em ações fundamentais para o desenvolvimento do país, na avaliação da pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira [foto], durante a abertura da XIV Jornada de Extensão da UFMG, na tarde de hoje, no Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1).
Lugar privilegiado
Para a pró-reitora adjunta, Cláudia Mayorga [foto], a extensão, por sua natureza fortemente atrelada ao diálogo com a sociedade, constitui lugar privilegiado para o debate sobre a inclusão. “É um tema em constante evolução na Universidade”, comentou.
Representantes e beneficiários de ações de extensão universitária apresentaram suas experiências. Fabiana Oliveira de Jesus, bolsista do projeto Contos de Mitologia, falou da ação de extensão da Faculdade de Letras (Fale) da UFMG, cujo objetivo é reviver o universo imaginário de culturas antigas, por meio da tradição de contar histórias. O grupo de contadores, formado por discentes da UFMG, leva a mitologia antiga ao conhecimento de alunos dos segmentos fundamental e médio nas escolas públicas de Belo Horizonte.
O Programa de Desenvolvimento Rural e Apoio à Reforma Agrária (Prodera) é uma articulação entre projetos de extensão do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) que, desde 2006, defende os interesses de comunidades assentadas ou periféricas, como os trabalhadores sem-terra e os quilombolas. As ações da iniciativa foram expostas pelo bolsista Felipe Russo Maciel [foto], que defendeu que elas sejam valorizadas e reconhecidas institucionalmente e transformadas em política de Estado.
Bolsistas de diversos projetos estiveram presentes ao evento. Isabela Garcia, do projeto Conscientização na Panificação em Montes Claros, contou que suas ações são fundamentadas em instruções para o consumo consciente. “Orientamos trabalhadores de padarias sobre boas práticas de produção, manuseio e armazenamento ideal de materiais. O próximo passo é a conscientização em escolas”, disse.
A atração musical ficou por conta do Coral de Trombones e Tubas da Escola de Música