Pesquisa realizada por professores e pós-graduandos da UFMG sobre o programa Minha Casa Minha Vida está relatada em capítulo do livro Minha Casa... E a Cidade? lançado durante o Encontro Nacional da Associação de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Enanpur), realizado em Belo Horizonte de 18 a 22 de maio. A obra pode ser acessada, gratuitamente, em PDF. A coordenadora do estudo, professora Denise Morado, explica que todos os artigos que compõem a obra são fruto de pesquisas financiadas em edital de 2012 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério das Cidades. A publicação faz um balanço de três anos do maior programa de habitação do país, analisando suas fases, qualidade construtiva e arquitetônica, impactos urbanísticos e sociais dos empreendimentos e efeitos sobre a vida das famílias e dos indivíduos atendidos. O artigo Programa Minha Casa Minha Vida: desafios e avanços na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que compõe o capítulo 8 da obra, traz os resultados da pesquisa e “entre outras abordagens, avalia os pressupostos de projeto e seus resultados, os impactos urbano-ambientais e socioespaciais da produção em municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte”, explica Denise Morado, que é professora do Departamento de Projetos da Escola de Arquitetura. Além de Denise Morado, participaram da pesquisa na UFMG, desenvolvida no âmbito do grupo de pesquisa Praxis, as professoras Heloisa Soares de Moura Costa, do Departamento de Geografia (IGC), Jupira Gomes de Mendonça e Ana Clara Mourão, do Departamento de Urbanismo (Escola de Arquitetura), os pós-graduandos Marcela Silviano Brandão Lopes, Rosamônica da Fonseca Lamounier, Thais Mariano Nassif Salomão, André Costa Braga Soares e bolsistas de Iniciação Científica. De acordo com Denise Morado, o livro revela com detalhes estudos realizados por 11 equipes de pesquisadores em seis estados brasileiros, cuja análise foi antecipada em nota pública que sugeria ao governo correção de rumos no Programa, antes da adoção de sua terceira fase. A principal crítica refere-se ao fato de que o Programa “se apresenta como solução única e pouco integrada aos desafios das cidades brasileiras para enfrentamento de complexo ‘problema habitacional’, baseado numa produção padronizada e em larga escala, desarticulada das realidades locais, mal inserida e isolada da cidade, a partir de um modelo de propriedade privada condominial.”