Rampas muito inclinadas, portas estreitas, escadas sem corrimão, bebedouros e botões de elevadores muito altos são algumas das carências arquitetônicas identificadas na Universidade pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI). Os dados são parte do diagnóstico apresentado em reunião na manhã desta segunda-feira, 1º, na Sala de Sessões da Reitoria, em que foram discutidas a acessibilidade na UFMG e ações que já vêm sendo desenvolvidas pelo órgão desde sua criação, em fevereiro deste ano. Levantamento realizado pelo NAI relativo ao contexto de acessibilidade na UFMG revela que entre os estudantes de graduação e pós-graduação foram contabilizados 297 deficientes, o que corresponde a 0,87% do total do corpo discente. Já entre os servidores, 74 pessoas – ou 1,85% do total – possuem algum tipo de deficiência. O relatório classificou servidores e alunos deficientes quanto à unidade acadêmica de lotação e o tipo de deficiência. Participaram do encontro representantes das pró-reitorias de Graduação (Prograd), de Pós-graduação (PRPG), de Extensão (Proex), de Administração (PRA) e de Recursos Humanos (ProRH), além de representantes da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve) e do Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA). Segundo Adriana Valladão, que é professora do Departamento de Terapia Ocupacional, a reunião teve o propósito de apresentar propostas de intervenção concebidas pelo NAI “para, juntos, discutirmos uma ordem de prioridade”. Ela ponderou que existem diversas ações espalhadas pela Universidade, que defendem e promovem a acessibilidade. “O NAI trabalha para reunir essas iniciativas relacionadas a uma política institucional bem definida”, disse. Sobre as intervenções físicas, observou: “ao contrário do que era nossa hipótese inicial, a situação arquitetônica não está mais evoluída do que a instrumental, metodológica e pedagógica”. A pró-reitora adjunta de Extensão, Cláudia Mayorga, enfatizou a necessidade de sensibilizar a comunidade para que se envolva nesse trabalho e de dialogar com atores externos, “como associações de deficientes, uma vez que as demandas da UFMG não estão descoladas do contexto nacional ou mundial”. Para o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Tarcísio Mauro Vago, “o trabalho conjunto e a interface entre as instâncias são fundamentais para coordenar a Universidade no enfrentamento a esse desafio”.
“Estamos realizando o contato direto com servidores e alunos deficientes, a fim de mapear especificidades e prioridades”, disse a coordenadora do Núcleo, professora Adriana Valladão [foto], ao informar sobre o processo de fixação de estratégias por parte do Núcleo.
A vice-reitora Sandra Regina Goulart [foto] destacou que, embora seja referência quanto ao volume de ações inclusivas em andamento, a UFMG precisa evoluir em temos de institucionalização. “A criação do Núcleo alinha-se com essa necessidade, considerada prioridade desde que assumimos a Reitoria”, disse.