Uma das mais importantes manifestações da cultura afro-brasileira, que mistura elementos da cultura africana e do catolicismo tradicional, o congado passa atualmente por um processo de reconhecimento como patrimônio cultural imaterial. O projeto encontra-se em fase de análise no Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional) e no Iepha (Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) As implicações desse processo serão debatidas no Café Controverso deste sábado, 20, a partir das 11h, pelo representante da Comunidade Quilombola dos Arturos, Jorge Antônio dos Santos, da professora Glaura Lucas, da Escola de Música da UFMG, e da coordenadora do processo de Registro das Congadas de Minas, Corina Moreira. Para Jorge Antônio dos Santos, da comunidade quilombola dos Arturos, localizada em Contagem, o registro do Congado como patrimônio imaterial é resultado de anos de luta pela preservação e continuidade das tradições de matriz africana no Brasil. “De uma forma geral, parte considerável da cultura brasileira é de origem africana, herança dos nossos ancestrais trazidos para este país. Não foi nada fácil manter esse patrimônio diante das desigualdades, do preconceito e da intolerância religiosa”, reflete. De acordo com a técnica em Ciências Sociais da Superintendência do Iphan Corina Moreira, que coordena o processo de registro das congadas de Minas, o reconhecimento da manifestação como bem cultural imaterial traz visibilidade e contribui para a construção de diagnósticos mais precisos sobre ela. “É importante frisar que a ação é construída em parceria com as comunidades. É com base nesse diálogo que podemos apontar algo sobre as políticas públicas de fomento adequadas às limitações encontradas”, afirma Corina. Livro A obra, de autoria coletiva, foi concebida pelos integrantes da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em parceria com os pesquisadores da Associação Cultural Cachuera!. O evento contará com a presença da Rainha Conga da Irmandade do Rosário e diretora de Ação Cultural da UFMG, professora Leda Martins. O Espaço do Conhecimento UFMG fica na Praça da Liberdade, 700. A entrada é franca.
Antes do debate, na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG, será lançado, às 10h, o livro O reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá (Editora Associação Cultural Cachuera! 2015).