Em 1924, no Manifesto Pau-Brasil, Oswald de Andrade (1890-1954) reconhece o que chama de “a contribuição milionária de todos os erros” e clama por um teatro “filho do saltimbanco”, “ágil e ilógico”. Dez anos depois, o modernista escreve O homem e o cavalo, espetáculo marcadamente político em que critica o fascismo, a religião, a hipocrisia burguesa e o capitalismo. Até sábado, 11, o campus Pampulha recebe diariamente montagem escrita com base nesses textos à luz da contemporaneidade. O espetáculo “A contribuição milionária de todos os erros.” Oswald – O homem e o cavalo – e nós está sendo encenado diariamente, às 17h, entre os prédios da Escola de Belas Artes e do curso de Teatro. Com supervisão de dramaturgia e direção geral de Antonio Hildebrando, professor do Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema, a peça reúne 44 atores, além de profissionais envolvidos com os bastidores do espetáculo, como texto, direção, música, mímica, dança, percussão, produção, fotografia, figurinos, cenografia, cenotécnica, iluminação, preparação vocal, palhaçaria e técnicas circenses. Na sinopse que escreveu sobre o espetáculo Hildebrando diz: “Nós, frente a um texto de 81 anos, radical e datado, nos deparamos com as rasteiras da história e, assim, antropofagicamente, aproveitamos a irreverência oswaldiana para trazer à cena, com todas as suas contradições, uma peça que acredita na máxima de que nada é imutável, de que os seres humanos transformam (para melhor!) o tempo-espaço em que vivem e são transformados por ele”. As apresentações do espetáculo “A contribuição milionária de todos os erros." Oswald – O homem e o cavalo – e nós na UFMG são gratuitas. A distribuição de senhas é feita a partir das 16h30, no próprio local.