Adriano Bueno/iLAB, Patrícia Lavall/iLAB, Viviane Sousa/iLAB |
O Laboratório de Documentação Científica por Imagem (iLAB) da Escola de Belas-Artes acaba de realizar um trabalho em que tornou visíveis aspectos desconhecidos de um desenho inédito de Guignard. A obra nunca fora exposta justamente por ser praticamente "ilegível”. Agora, o desenho, juntamente com as imagens científicas que dão visibilidade a diversos trechos, será exposto no Museu Casa Guignard, em Ouro Preto, de amanhã, 27, até 3 de setembro, em mostra dedicada ao artista. O professor Alexandre Cruz Leão, coordenador do iLAB, destaca que foram usadas quatro técnicas para tornar visíveis os trechos do desenho: Fluorescência de ultravioleta, Fotografia de luz visível, Fotografia de luz rasante e Reflectance Transformation Imaging (RTI). Ele destaca a complexidade científica da atividade. “Para produzir uma única imagem de RTI, por exemplo, gastamos um dia inteiro de trabalho. Fazemos um conjunto de 48 fotografias do mesmo objeto sem que nem ele nem a câmera sofram um mínimo movimento. O que se move é a luz, que gira em ângulos predeterminados. No fim, essas fotos são agrupadas de forma a gerarem uma única imagem.” Além das quatro técnicas, foram mobilizados no trabalho recursos como colorimetria, cartelas internacionais de referência de cores e softwares geradores de perfil de cor. Sobre o iLAB Segundo o coordenador, os equipamentos do laboratório são equivalentes aos utilizados pelos maiores centros mundiais de imagens para esse propósito, como o C2RMF, na França, o Tate Gallery, na Inglaterra, e o Getty, nos EUA. Entre outros trabalhos, o iLAB tem no currículo projeto envolvendo o painel Guerra e paz, de Cândido Portinari, e serviços prestados ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).
O Laboratório de Documentação Científica por Imagem da UFMG é especializado em imagens científicas de objetos do patrimônio cultural. “Nosso propósito é gerar imagens que possibilitem o estudo aprofundado das obras de arte ou a realização de diagnósticos capazes de elucidar dúvidas, como os relativos à autenticidade da obra, ou mesmo orientar um restaurador em seu trabalho”, detalha Alexandre Leão.