Uma ótima oportunidade para começar a construir uma agenda positiva para discussão da leitura e da escrita na academia, em tempos de intensa colaboração e circulação internacional. Assim o professor Sergio Dias Cirino, diretor de Produção Científica da Pró-reitoria de Pesquisa da UFMG, definiu o 1º Colóquio Internacional de Letramentos Acadêmicos, que foi aberto hoje, na Faculdade de Educação (FaE). Cirino falou depois das boas-vindas apresentadas pela pró-reitora de Pesquisa, Adelina Reis, pela diretora adjunta de Relações Internacionais, Miriam Jorge, pela diretora da FaE, Juliane Corrêa, e pela diretora da Faculdade de Letras, Graciela Ravetti. O evento reúne pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Argentina. Da Inglaterra, por meio de videoconferência, o professor Brian Street, emérito do King’s College London e referência internacional nesse campo, defendeu que os estudiosos desafiem a tese dominante de que os estudantes não sabem escrever e que se incrementem iniciativas de apoio ao aperfeiçoamento da leitura e da escrita em contexto educacional, também reconhecendo que há diferentes formas de escrita. O evento tem transmissão ao vivo, pelo canal da Faculdade de Educação no YouTube. “Talvez a preocupação venha recaindo sobre questões no nível micro, quando seria mais importante fazer mudanças maiores, estruturais. Por exemplo, uma iniciativa de auxílio à publicação por parte de pesquisadores africanos deve ajudá-los a desenvolver sua própria forma de escrita e não estimulá-los a reproduzir o modelo que predomina nos países desenvolvidos”, afirmou Ana Robinson-Pant, que dirige o Centro para Pesquisa Aplicada em Educação da Universidade de East Anglia. Conheça a programação do 1º Colóquio de Letramentos Acadêmicos. Saiba mais no perfil do evento no Facebook.
Desenvolver ou reproduzir?
Antes de suas exposições na mesa de abertura do Colóquio, os dois convidados estrangeiros comentaram suas abordagens. A professora Ana Robinson-Pant [foto], da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, considera que é necessário questionar em que tipo de mudança se está investindo, quando se trata de letramentos acadêmicos.
David Bloome [foto], professor de Ensino e Aprendizagem na Universidade de Ohio State, nos Estados Unidos, pesquisa escrita argumentativa e desenvolve há cinco anos projeto relacionado a ensino e aprendizagem nas high schools (escolas de ensino médio) americanas. Em sua participação no evento, ele abordou a conexão entre esse processo e as noções de lógica e razoabilidade e a forma como aparece nas escolas a compreensão do que é ser humano.”Os estudantes não aprendem a definição de ser humano de maneira uniforme, constatamos que varia muito essa definição”, disse Bloome.