Fotos: Foca Lisboa/UFMG |
Mais do que atualizar conceitual e metodologicamente o campo educacional, é importante construir mecanismos que garantam a equidade de oportunidades a todas as crianças brasileiras, e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é estratégia fundamental nesse processo. Essa é avaliação feita pela professora Isabel Cristina Frade, diretora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG e coordenadora institucional do processo, durante a abertura do Encontro Nacional de Lançamento da Base Nacional Comum Curricular, na manhã desta quinta-feira, no campus Pampulha. Durante a cerimônia, a vice-reitora Sandra Goulart Almeida [foto] disse que a universidade pública não pode deixar de se envolver com um tema tão relevante para os rumos do país e que isso exige grande esforço coletivo. “Pensar em algo comum, mas que também precisa ser diverso, inclusivo, não é tarefa simples. No entanto, esse passo é de extrema relevância para a construção do projeto”, definiu. A coordenadora pedagógica da Comissão de Especialistas para elaboração da Base Nacional, Hilda Aparecida Micarello, explicou que o documento preliminar buscou contemplar as diferentes realidades do país e respeitar as singularidades das quatro áreas de conhecimento – Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática. Essa primeira etapa contou com a colaboração de especialistas de universidades, professores da educação básica e técnicos de secretarias de educação. "Não se pode pretender que esse documento represente soluções definitivas”, advertiu a professora Micarello. Caldeirão de interesses Para exemplificar o que chamou de “caldeirão de interesses”, que compõem a discussão do debate nacional, o diretor de currículos do MEC citou a manifestação de estudantes do curso de dança da UFMG, realizada na manhã de hoje, durante o encontro. Eles protestaram contra a proposta contida na BNCC de incluir o subcomponente curricular “Dança” como um dos eixos do componente curricular "Educação Física". Os estudantes alegam que a dança é um campo específico do conhecimento e que, por isso, deve ser desvinculada da área de educação física. No entanto, especialistas da comissão de elaboração da BNCC presentes no lançamento argumentam que, na proposta preliminar, a dança é descrita como subcomponente de Arte e não da Educação Física. Durante o encontro, que prossegue até esta sexta-feira, 25, especialistas da comissão instituída pelo Ministério da Educação (MEC) para elaborar a proposta preliminar da Base e representantes de secretarias de educação e de organizações interessadas estão discutindo a primeira proposta do documento. No encontro, também estão sendo fornecidas explicações sobre o funcionamento do sistema de consulta pública, aberto no dia 16. A Base Nacional Comum Curricular será a principal referência para orientar escolas, redes e sistemas de ensino na construção de seus currículos. Da creche ao ensino médio, estão sendo definidos os conhecimentos que todos os estudantes brasileiros têm o direito de aprender em cada etapa da educação básica. O secretário de Educação Básica do MEC, Manuel Palácios, participa amanhã do encerramento do Encontro, que é transmitido ao vivo. Saiba mais sobre a Base Nacional Comum Curricular em matéria produzida pela Rádio UFMG Educativa. (Assessoria de Comunicação do Ceale)
Também presente na abertura do Encontro, o diretor de Currículos da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Ítalo Modesto Dutra, acredita que a base nacional curricular está longe de ser um tema consensual, sendo alvo de fortes embates acadêmicos. Ele ponderou que todo processo “traz avanços em relação a alguns temas e nem tanto em relação a outros” e que a pluralidade de pontos de vista é natural.