Fotos: Fernanda Wardil/UFMG |
Na manhã de hoje, 25, entrou no ar a área de contribuição do Portal da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A criação da BNCC está sendo discutida em evento – que termina hoje – no campus Pampulha, do qual participam representantes de secretarias de educação e de organizações científicas e especialistas convidados pelo Ministério da Educação (MEC) para elaborar a proposta preliminar da matriz. No último dia do Encontro Nacional de Lançamento da Base Nacional Comum Curricular, o reitor Jaime Ramírez afirmou que o país não pode abrir mão de definir o que seus estudantes vão aprender e destacou, nessa esteira, uma vantagem específica da criação de uma base curricular comum para os ensinos fundamental e médio: a revisão de possíveis excessos ou desajustes no conteúdo ensinado em cada ano para os alunos. “Em comparação com outros países, estamos ministrando mais conteúdos do que o necessário para os nossos jovens? Não que haja excesso, mas talvez certos conteúdos não precisassem ser abordados em certos anos, podendo ser ministrados mais tarde, por exemplo", refletiu o reitor. Em seu entendimento, a criação de uma base curricular também vai colaborar na definição do que ensinar e quando ensinar. O reitor também destacou a importância do estabelecimento de uma base curricular nacional que ocupe 60% da carga horária dos alunos, liberando os outros 40% para serem planejados pelos próprios estados e municípios, levando em consideração suas especificidades e objetivos. “Os ensinos fundamental e médio também podem e devem contribuir para a formação de cidadãos mais críticos e mais esclarecidos em relação à sociedade em que vivemos”, lembrou. Participação da sociedade Em sua exposição, Palácios destacou a abertura do site da BNCC para o recebimento de contribuições. “Ontem, foi um dia de grandes discussões; as contradições foram fecundas e o debate, bastante produtivo. E à noite, abrimos três canais de participação no Portal: um para a participação individual, outro para associações científicas e grupos da sociedade civil e um terceiro destinado às redes de educação básica”, detalhou. O secretário de Educação Básica destacou a importância no modelo 60/40 no estabelecimento dos currículos escolares. “A verdade é que a legislação educacional brasileira prevê, já há bastante tempo, a existência de uma base nacional comum e de uma parte diversificada do currículo. Nesse sentido, a ideia é que a criação da base colabore não para a limitação da diversidade e, sim, para o estímulo a ela nos estados e municípios brasileiros”, disse. “O estabelecimento da base comum possibilitará o avanço da parte diversificada, colaborando para o tratamento das questões locais e para a efetivação de estratégias particulares no que diz respeito à relação entre o ensino médio e o ensino profissional”, concluiu o secretário.
Jaime Ramírez recebeu o secretário de educação básica do Ministério da Educação, Manuel Palácios, nesta sexta-feira, para discutir os avanços na elaboração da Base Nacional Comum Curricular.