A edição de amanhã, 29, do evento Seminários do ICB vai promover a palestra Origem e dinâmica da miscigenação no Brasil: implicações em saúde pública. A atividade, aberta ao público e gratuita, começa às 14h, no Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1), campus Pampulha. Os dados que serão apresentados pelo professor Eduardo Tarazona, do Departamento de Biologia Geral do ICB, integram o Projeto Estratégico do Ministério da Saúde, por meio do acompanhamento de moradores das cidades de Salvador (BA), Pelotas (RS) e Bambuí (MG). Ao todo, foram acompanhadas 6.487 pessoas em estudo que é considerado o mais completo sobre o genoma brasileiro já realizado na América Latina. A origem dos genomas identificada nos voluntários das pesquisas foi, para os moradores de Salvador, 50,8% africana, 42,9% europeia e 6,4% ameríndia. Para os pelotenses, a ancestralidade africana é de 15,9%, 76,1% europeia e 8% ameríndia. Para os moradores de Bambuí, as porcentagens do genoma de origem africana, europeia e ameríndia são, respectivamente, 14,7%, 78,5% e 6,7%. Os resultados do estudo podem ajudar a preencher lacunas históricas, com as rotas do tráfico de escravos, e desconstruir a visão do senso comum sobre a miscigenação e democracia racial no Brasil. Na área da Biologia, é possível traçar relações entre ancestralidade, região geográfica e doenças crônicas da população. (Com Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB)