Universidade Federal de Minas Gerais

Só o exercício da cidadania pode resgatar a dívida social acumulada no Brasil, afirmou ministro Patrus Ananias em colóquio sobre a crise

quarta-feira, 30 de setembro de 2015, às 17h17


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“É por meio da democracia participativa, do exercício dos direitos e deveres da cidadania que o Brasil poderá resgatar a enorme dívida social acumulada. Como as demandas são maiores que os recursos, as pessoas é que devem decidir”, disse agora há pouco, na UFMG, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. Ele participou de mesa sobre democracia e crise no colóquio Qual a saída para a crise política?.

De acordo com Patrus, a instabilidade política pode ser “criativa, anunciadora”. Ele pregou a normatização do capitalismo no Brasil, que classificou de “selvagem, apesar de todos os avanços, a começar pela Constituição de 1988”. Condenou a especulação imobiliária que “prevalece sobre os direitos dos camponeses que não têm terra e das famílias que não têm casa” e defendeu que “o dinheiro deixe de ser o valor dominante, em favor de relações humanas mais justas”.

O ministro de Desenvolvimento Agrário mencionou suas viagens recentes ao interior do país para garantir que, depois de quatro anos de seca no Nordeste, não há retirantes e flagelados como em décadas passadas. “No sertão central do Ceará, a agricultura familiar floresce. Foram construídas 1,2 milhão de cisternas no semiárido. E os benefícios sociais, muito deles vinculados à Constituição de 88, aliados às políticas recentes, têm sido eficazes”, afirmou Patrus, que elogiou a iniciativa do evento. “Precisamos construir espaços como esse, de debate, respeitar opiniões diferentes, como forma de contraposição à violência de manifestações sectárias.”

Depois de lembrar que a palavra crise, nos dicionários, está ligada, entre outras, à ideia de conflito, o ministro enfatizou que não há por que ter medo do conflito. “Ele está em nós, o que precisamos é canalizar nossos esforços pelos caminhos da democracia”.

‘Morte simbólica da política’
Outro participante da mesa, Xico Graziano, vinculado ao Instituto Fernando Henrique Cardoso, começou listando as dimensões da crise, que para ele é econômica, política, de gestão e ética. “Caímos violentamente 18 posições no ranking da competitividade mundial, os mecanismos de decisão estão confusos e a gestão é ineficiente. Além disso, a meritocracia perdeu valor no Brasil", disse Graziano. “A saída para a crise passa pela ousadia, por deixar os marcos da política tradicional para criar algo novo.”

Pesquisadora das novas mídias, a professora da UFMG Regina Helena Alves da Silva denunciou a “colonização” das redes sociais por grupos que atacam ou defendem sem argumentos. “É o fim da possibilidade do debate, indício da morte simbólica da política. Há uma profunda crise da democracia, encobre-se o dissenso que nasce da participação da maioria. E falta projeto”, disse Regina Helena.

Segundo a pesquisadora, governo e oposição fizeram pouco caso das manifestações de 2013, que representaram a “imensa politização do mal-estar e da insatisfação”. Ela destacou que consegue ver na situação atual “uma oportunidade de redesenhar os contornos da democracia, dando a ela uma nova legitimidade, e sair com algum tio de projeto para o futuro”.

A professora Esther Solano, professora de Relações Internacionais da Unifesp, pregou um “exercício de imaginação heterodoxa para fugir da receita neoliberal”. Afirmou também que a democracia é uma “máquina envelhecida, refém de forças econômicas”. A pesquisadora espanhola abordou a crise de valores marcada por fundamentalismos e por “um primitivismo que não deixa espaço para a inserção social”. Defendeu que todos devem assumir o papel de cidadão e fazer política, porque “direitos que foram duramente conquistados podem ser destruídos com facilidade”.

A mesa teve mediação da cientista política Juliana Frattini.

Fotos de Foca Lisboa/UFMG
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A partir da esquerda, Xico Graziano, Juliana Frattini, Patrus Ananias, Regina Helena e Esther Solano

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