Fotos de Foca Lisboa/UFMG |
A Escola de Ciência da Informação (ECI), que completa 65 anos em 2015, abriu hoje, oficialmente, as comemorações de aniversário. Em solenidade no Auditório Azul da unidade, o reitor Jaime Ramirez disse esperar que a Escola dê continuidade a “sua tradição solidária, a seu compromisso com o conhecimento e ao diálogo com a inovação que alimenta as utopias”. O reitor destacou a relevância dos três cursos de graduação – Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia –, da pós-graduação, reconhecida como referência, da pesquisa marcada pela diversidade, e da extensão, que tem como símbolo o Carro-biblioteca. Ele lembrou a trajetória da instituição, desde a criação do curso de Biblioteconomia, em 1950. Treze anos depois, o curso foi incorporado pela UFMG; em 1966, foi transformado em unidade acadêmica; em 2000, foi criada a Escola de Ciência da Informação, e, em 2006, foram implantados os cursos de Arquivologia e Museologia. “Temos certeza de que a ECI seguirá sendo protagonista, uma escola cada vez mais inclusiva e mais sensível ao novo e ao diferente”, completou Jaime Ramírez, que esteve acompanhado da vice-reitora, Sandra Regina Goulart Almeida. A mesa da solenidade foi formada também pelo vice-diretor da Escola, Adalson Nascimento, pelos ex-diretores Ricardo Barbosa e Ligia Dumont, pela superintendente administrativa, Eliedir Simões, e pela presidente do Diretório Acadêmico, Mariele Oliveira. Ele usou o exemplo dos museus contemporâneos, de ciências e de artes, em que a relação entre informação e sujeito ganha outra forma – lá o sujeito está “vivo, atuando”. Nessa era de acesso ilimitado à informação, é preciso estabelecer a diferença entre assimilação e apropriação da informação. “Protagonismo implica luta como atitude diante da vida, relacionada a grandes causas públicas. Mais que competência, importa ao protagonista afirmar princípios que regem o viver junto”, afirmou o pesquisador da área de comunicação e informação. Ele ressaltou que o protagonista está em diálogo constante com a diferença. “Ele confronta palavras, memórias e valores para imprimir suas marcas nos signos, devolvendo-os à polis. O protagonista luta com as palavras e pelas palavras. Sabe que é preciso, além de falar, dizer; além de fazer, agir”, afirmou Edmir Perrotti. Leia mais sobre a programação de aniversário da ECI.
O diretor da Escola, Carlos Alberto Ávila Araújo, afirmou que o evento foi ótima oportunidade de reforçar o desejo da ECI de participar da construção da UFMG, pensando “tanto na excelência da Universidade quanto na sua vocação para a responsabilidade social”. Ele destacou que a multiplicidade característica da Escola convive em harmonia com o projeto comum que une os três cursos. “A ECI é um ponto de convergência de sentido para todos nós, que fazemos a Escola com nossas ações cotidianas e somos marcados por ele, que nos faz melhores”, disse o diretor.
‘Em vez de usuários, cidadãos’
Palestra do professor Edmir Perrotti, da Universidade de São Paulo (USP), deu sequência à programação. Após explicação detalhada das origens do conceito de protagonismo, ele fez a conexão dessa ideia com a de apropriação da informação. Lembrou que tanto as instituições dedicadas à conservação da informação quanto aquelas que trabalham pela sua difusão detêm, elas próprias, o protagonismo. E defendeu o papel do que chama de “fóruns, onde os sujeitos negociam significados e assumem o protagonismo cultural. Em vez de usuários, são cidadãos”.