Ainda não é possível dimensionar o impacto que o contingenciamento de recursos para a educação superior produzirá sobre a pesquisa e a pós-graduação brasileiras, afirmou na tarde desta terça-feira, 6, na UFMG, o professor Isac Almeida de Medeiros, presidente do Fórum de Pró-reitores de Pesquisa e Pós-graduação (Foprop). Em reunião de trabalho da Regional Sudeste do Foprop, aberta hoje no campus Pampulha, o reitor Jaime Ramírez destacou que houve “uma redução substantiva de recursos provenientes dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação” e pediu aos pró-reitores que se manifestem sobre o assunto. “Isso ajuda os reitores a levarem uma posição mais qualificada daquilo que ocorre de fato no dia a dia das nossas instituições”, enfatizou. Ao fim da reunião de trabalho, na noite desta quarta-feira, 7, os integrantes do Foprop-Sudeste vão elaborar carta que o Fórum nacional deverá levar às agências de fomento e ministérios. Cordialidade institucional Jaime Ramírez observou que o momento “não é simples, nem do ponto de vista político nem do econômico”, e vai exigir perseverança e altivez, “mas também muita franqueza e transparência”. Comentou que o cenário econômico se alterou drasticamente e ressaltou que não é possível fazer qualquer análise sem levar em conta a situação de retração. “Não é um cenário alarmista, pessimista, mas temos de trabalhar com a realidade, tal qual ela se apresenta”, alertou, lembrando aos pró-reitores a necessidade de ter a ciência exata do tamanho do desafio que as instituições públicas de ensino superior têm pela frente, embora a interrupção ou diminuição dos recursos não seja sentida de imediato nas pesquisas de maior fôlego. Programação Dia 7 11h – Sessão plenária 3 14h – Sessão plenária 4 16h – Discussão geral: definição do tema regional para Agenda Nacional de Pesquisa e elaboração da Carta do Encontro Sudeste 2015 para encaminhamento ao encontro nacional
Para Medeiros, que é pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba, os efeitos dos cortes serão sentidos “de três anos para frente, e o impacto será tanto maior quanto mais a crise perdurar”. No momento, explicou, os dados tendem a se manter, devido à produção em curso, que independe das condições conjunturais.
O reitor da UFMG criticou a forma como os cortes têm sido implantados e defendeu a necessidade de diálogo “precedendo as decisões”. “Creio que o que vivemos em 2015 ultrapassa qualquer senso de cordialidade institucional”, ponderou, defendendo que as soluções sejam construídas, “antes que traumatizem o sistema”.
A agenda de discussões do Foprop inclui temas como o Código Nacional de Ciência & Tecnologia e a operacionalização da interdisciplinaridade nas instituições. A reunião continua nesta tarde e se estende durante todo o dia de amanhã, com as seguintes atividades:
9h – Sessão plenária 2
As agências de fomento na integração regional e nacional – Evaldo Vilela, presidente da Fapemig
Importância da divulgação científica e sua interação com a educação básica – Ildeu de Castro Moreira (UFRJ)
Pesquisa e inovação: avanços e entraves para a integração universidade-empresas –
Sandoval Carneiro Junior (Vale)
O PNPG 2011-2020 e o acompanhamento da Agenda Nacional de Pesquisa – Paulo Sérgio Lacerda Beirão, diretor científico da Fapemig