Fotos de Hugo Rafael/UFMG |
Ao mesmo tempo que a atividade de ensino é reconhecida como a mais importante para a formação dos alunos, ela ainda é pouco valorizada institucionalmente, alertou o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, na abertura do 1º Congresso de Inovação e Metodologia de Ensino, nesta manhã, no campus Pampulha. “Este congresso é um passo importante para que se defina o ensino superior como área de conhecimento”, disse Takahashi, que comemorou o sucesso da iniciativa, medido pela quantidade inscrições de ouvintes e de trabalhos. Promovido pela Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (GIZ), vinculada à Prograd, com apoio do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat), o evento segue até sexta, 16. O diretor do GIZ, professor Eucidio Arruda, destacou a importância de se produzir, com base no debate sobre o tema, política institucional da Universidade. “Nossa preocupação deve ser a formação de profissionais de excelência e que sejam sujeitos críticos”, afirmou, acrescentando que, quando se fala de inovação no ensino, não se deve pensar apenas em tecnologia, mas em mudanças curriculares, reflexão sobre práticas pedagógicas e estímulo aos estudantes. Estevam Las Casas, diretor do Ieat, ressaltou a motivação do Instituto de se associar à iniciativa do congresso. “Eventos isolados têm sido promovidos na UFMG, e essa é uma oportunidade de resgatarmos uma temática recorrente nos últimos anos, quando o Ieat incentivou discussão sobre a universidade do futuro”, disse. Vanhoutte relatou pesquisas que tem desenvolvido nas últimas décadas e que investigam relações sociais e de trabalho, inserção de migrantes europeus e africanos em comunidades na França e a experiência do Collège Coopératif, baseada na ideia de “inovação social” e no compartilhamento de saberes diferentes. Informações sobre o 1º Congresso de Inovação e Metodologias de Ensino estão disponíveis no site https://www.ufmg.br/giz/congresso/.
Inovação social
Na palestra de abertura do congresso, o sociólogo Jean-Marc Vanhoutte, vinculado ao Collège Coopératif da Bretagne, na França, enfatizou que é obrigatório rever métodos de ensino e tratar da desigualdade no seio da instituição. Segundo ele, os espaços acadêmicos “devem ser abertos a experiências diversas e se alimentar de toda a riqueza social”.
“Inovação social não é avatar da inovação técnica, nem tem o caráter liberal de deixar ao privado o papel de satisfazer necessidades das populações ditas carentes”, afirmou o professor. "É uma forma de economia humana na qual, frente às novas complexidades, saberes se juntam em favor do princípio de Jaques Rancière da igualdade das inteligências.” Segundo Vanhoutte, o Collège Coopératif tem contribuído para a consagração de “novas relações de pesquisa que associam atores-autores”.